MODA ECO

OS DESTAQUES DO BRASIL ECO FASHION WEEK 2019

Guarda-roupa compartilhado, jeans colorido e moda indígena


Helen Almeida | Nov 19, 2019

Na 3º edição da Brasil Eco Fashion Week, evento brasileiro de moda sustentável, o painel de Consumidores a Usuários de Moda: Uma Mudança de Mindset ganhou destaque com a discussão sobre a necessidade de comprarmos menos e compartilharmos mais. E não faltaram cases de sucesso com essa nova proposta de consumo. 

Foto: Agência Fotosite (@agfotosite)

A Roupateca, criada pelas sócias Flávia Nestrovski e Daniela Ribeiro, é uma espécie de guarda-roupa compartilhado a partir de um sistema de assinatura. A pessoa vai até a “loja” para escolher as peças que deseja levar e, dependendo da assinatura, ela volta depois de sete ou 15 dias para devolver e pegar outras roupas. A ideia é que o consumidor possa usar modelos diferentes sem precisar comprar peças novas, que, geralmente, vão sendo acumuladas no fundo do armário.

Já a startup baiana LOC, plataforma de aluguel de roupas representada no evento pelo sócio Filipe Tambon, apenas proporciona o encontro entre os usuários locador e locatário. Os interessados só precisam se cadastrar na plataforma para participar dessa nova forma de usar a moda. 

Na mesma mesa redonda, Juliana Franco e Cintia Cavalli falaram do sucesso da Bumpbox, plataforma criada especificamente para o aluguel de roupas para grávidas. A ideia surgiu da necessidade de mostrar que a mulher, mesmo gestante, pode continuar vestindo o que ela gosta e de maneira sustentável. Juliana e Cintia defendem que não faz sentido a mulher refazer o armário nessa fase, que tem começo, meio e fim. Por outro lado, nove meses é muito tempo para não se ter nada bacana para vestir. E a Bumpbox atende esse público, contribuindo para o novo momento da moda e do consumo, mais conscientes e sustentáveis. 

BRILHARAM NA PASSARELA

A Natural Cotton chamou atenção com o desfile do primeiro jeans colorido produzido a partir de algodão paraibano. Uma alternativa nacional e que envolve um processo de fabricação que consome bem menos água comparado ao do jeans convencional, que gasta mais de 11 mil litros para produzir apenas uma calça. Além disso, a marca aposta em uma cadeira produtiva responsável, que respeita o trabalhador e recusa mão-de-obra infantil ou análoga à escravidão. 

Criações indígenas sustentáveis, vindas de diferentes partes do Brasil, também coloriram as passarelas. Modelos indígenas desfilaram com peças da coleção da We’e’na, inspiradas nas raízes culturais de Tikuna Umariaçu, no Alto do Solimões, Amazonas – terra nativa da idealizadora da marca, a cantora e artista plástica indígena We’e’na Tikuna. Um show à parte na 3º edição do Brasil Eco Fashion Week. Que venha a 4º! Mas as mudanças na moda e nos hábitos de consumo não podem esperar até lá. Consumidores, indústria e profissionais envolvidos nesse universo precisam manter o empenho para que elas continuem acontecendo, dia a dia, a favor de um mundo mais sustentável. 

Matérias relacionadas: 

Economia Circular: Entre nessa Roda;

O Nylon biodegradável que leva só 3 anos para se decompor;

Converse cria All Star com material que iria para o lixo;

Pegada Sustentável.