Quem nunca comprou um jeans, usou por um tempinho e já ficou de olho num novo modelito anunciado num desses sites com ofertas imperdíveis. E, antes mesmo de refletir se realmente precisa de tanta roupa, coloca mais um item no carrinho de compras. Resultado: dinheiro gasto sem necessidade e o planeta sofrendo com o excesso de lixo gerado do começo ao fim dessa cadeia de produção e consumo.
Mas, felizmente, as pessoas estão se mostrando mais conscientes na hora de abrir a carteira. Até mesmo aquelas mais consumistas começaram a pensar duas vezes na hora de adquirir produtos em lojas virtuais ou de saírem do shopping carregadas de sacolas. O consumo consciente também inclui escolher marcas que têm a preocupação de reduzir o impacto ao meio ambiente e respeitar a mão de obra humana, além de oferecer peças resistentes ao tempo e uso. Assim, quando você enjoar do seu jeans, ele pode ser passado para outra pessoa, o que contribui para mais um movimento, a chamada economia circular.
Esse conceito funciona como contraponto à economia linear, que é a de extrair, produzir e descartar. Em vez de ser inutilizada, sua roupa (ou qualquer outro produto, como brinquedos e eletrônicos) é revendida por um preço simbólico ou trocada por outra de segunda mão.
Nos brechós, modelos tradicionais de economia circular, é comum você encontrar peças seminovas por um preço muito abaixo do valor de uma nova. A internet também traz várias e boas opções. Depois de se tornarem mães, as amigas Marcela Coelho e Daniela Bussad sentiram a necessidade de circular as roupas que já não serviam mais em seus pequenos e adquirir peças maiores sem precisar gastar mais dinheiro. Então criaram a Repetit – uma forma diferente de circular roupas infantis. “A gente incentiva as mães a economizarem com roupas novas de criança, já que vão ser usadas tão pouco. Os bebezinhos, principalmente, perdem peças em ótimo estado”, diz Marcela.
Os preços das roupinhas vendidas na loja Repetit, no Instagram, variam entre R$ 30 e R$ 40. E nada é desperdiçado: aquelas que não passam no processo de seleção da Marcela e da Daniela, são doadas a uma ONG parceira, a Unibes, que já recebeu mais de 600 peças em bom estado. “Combater o desperdício é também uma maneira de ajudarmos a reduzir a produção de lixo”, afirma Marcela. Ela considera essa atitude uma boa forma de educar as crianças para o consumo consciente.
Selecionamos outras seis plataformas para você adquirir, vender e trocar roupas e outros objetos. Mas faça tudo com muita segurança. Em sites de venda, verifique se o perfil traz informações completas (telefone, endereço, email) e coerentes; pesquise o histórico de vendas e as recomendações das pessoas que já compraram. Já nas lojinhas do Instagram, compre nas opções que foram recomendadas por alguém conhecido e dê prioridade àquelas que têm telefone e email (se tiver site melhor), além de mandar inbox no IG e comentário na foto – se não responderem no prazo de 24 horas, desconfie. No blog Tendência e Influência, a autora Michelle Macedo dá mais orientações anticalote. “Se ficar com medo de fornecer os dados do cartão de crédito, pesquise no Google se o sistema que a loja utiliza para passar o cartão é conhecido, como o PagSeguro que faz comércio eletrônico há anos.” E, caso você combine encontrar pessoalmente alguém para comprar, vender ou trocar algo, escolha um local público e movimentado, tipo a praça de alimentação de um shopping.
Neste grupo no Facebook, com mais 35 mil membros, você anuncia o produto que deseja trocar e os seguidores dizem o que têm para oferecer. Se as duas partes concordarem, combinam diretamente a negociação e a forma de entrega. No Escambo e em outros grupos de troca, a compra e venda é proibida – quem desrespeitar a regra é excluído. Você pode pesquisar no Google se existem outros grupos nessa linha mais próximos ao seu endereço.
No famoso Enjoei, dá para comprar e vender pelo site ou app. Se tiver tempo e paciência para garimpar, você encontra roupas e outros produtos baratos e em ótimo estado.
Tanto no site quanto no app, vendedores e compradores negociam diretamente itens novos ou usados. Só não esqueça de seguir as regras de segurança recomendadas lá em cima.
O aplicativo foi criado de forma colaborativa e, atualmente, tem mais de 15 mil usuários cadastrados e trocando roupas. Basta baixar o app, disponível para Android e IOS, cadastrar suas peças e trocar.
Também permite que os usuários troquem produtos e serviços de forma direta. App disponível para Android e IOS.
ESTOU DOANDO. LIXO PARA UNS, OURO PARA OUTROS
Não deseja comprar nem trocar suas roupas, móveis, aparelhos ou qualquer outro produto? Você pode doar. Mais de 85 mil usuários do Facebook participam do grupo Estou Doando Estou Doando que permite as pessoas doarem ou aceitarem o que precisam.
