Nenhuma mudança acontece da noite para o dia, principalmente quando se trata de hábitos antigos, como o de jogar todo e qualquer resíduo doméstico na mesma lixeira. Mas todo mundo (até mesmo quem ainda resiste separar o reciclado do orgânico) pode evoluir em direção a um planeta com menos lixo, mesmo que seja um passo a cada dia. Um caminho é acompanhar as inúmeras ações que estimulam a reflexão de que não existe jogar “fora”.
A SEMANA LIXO ZERO, campanha organizada pela ONG Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) desde 2010, sempre na última semana do mês de outubro, este ano tem uma programação intensa até o dia 27. “Estão sendo realizados fóruns, seminários, mostras, caminhadas e workshops (confira a programação na sua cidade aqui) para conscientizar e sensibilizar o consumidor, o comércio, a indústria e o governo sobre a urgência na redução e no descarte correto do lixo”, explica Mateus Peçanha, diretor executivo da ONG. Desta vez, a ação acontece no Brasil, Portugal e Moçambique, totalizando 26 estados e mais de 105 cidades.
COMO ASSIM, LIXO ZERO?
Pode ser que esse dia chegue, mas ainda é ilusão pensar que o ser humano vai zerar a produção de rejeitos. Mas dá para reduzir muito. Aliás, o conceito lixo zero não consiste apenas na separação adequada dos resíduos reciclados dos orgânicos, mas nas escolhas mais conscientes do consumidor na hora da compra. Se ele optar por produtos que incentivem os ciclos naturais sustentáveis, a mudança tende acontecer em toda a sociedade. A indústria e o comércio serão obrigados a oferecer materiais que possam ser reutilizados no pós-uso. O aproveitamento máximo dos alimentos (usar inclusive talos, folhas e sementes) é outra medida para um planeta com menos lixo e menos desperdício.
CONHEÇA OS 4 Rs DO CONCEITO LIXO ZERO
Repensar: será que todo resíduo é sujo? Muita coisa pode ser reciclada e, por isso, nem tudo deve ser descartado no lixo comum. O ideal é separar os materiais que podem ser reciclados dos orgânicos e daqueles que são lixo de verdade.
Reutilizar: vários objetos e materiais podem ser utilizados de outra maneira antes de serem encaminhados para a reciclagem. Um exemplo simples: usar uma folha de papel dos dois lados.
Reduzir: produzir o mínimo possível de lixo. Em vez de uma lata de lixo única, tenha três recipientes para separar o reciclado e o orgânico daquilo que realmente é rejeito.
Reciclar: aproveitar a matéria-prima do resíduo para fabricar um produto novo ou um novo produto, evitando que ele vá para o aterro sanitário (técnica de upcycling).
FAÇA SUA PARTE
Entender melhor a diferença entre resíduos orgânico, reciclado e rejeitos ajuda muito a fazermos melhor nossa parte.
Resíduo orgânico: é todo resto de comida, papel simples, guardanapo, pedaço de madeira... ou seja, tudo o que vira adubo quando em contato com a terra.
Resíduo reciclável: papelão, vidro, metal e até plástico que pode ser transformado em algo novo (técnica conhecida como upcycling).
Rejeito: tudo aquilo que não dá para fazer nada, a não ser descartar no lixo que vai para o aterro sanitário ou a incineração. A lista inclui fralda e absorvente descartáveis, papéis engordurados, plásticos melecados, filme-plástico.
