No calendário de datas comemorativas, 11 de janeiro é reservado para o Dia do Combate da Poluição por Agrotóxicos, criado em 1990, pelo então presidente José Sarney, como apoio ao cultivo de alimentos saudáveis, a preservação do solo e a qualidade de vida da população. Mas, infelizmente, o Brasil tem se distanciado desse cenário. É um dos países que mais aplica defensivos agrícolas em excesso: no ranking internacional de uso de agrotóxicos do ano passado, ocupava o 44º lugar, ficando na frente dos Estados Unidos, China e Japão.
Ambientalistas e ativistas, assim como profissionais da saúde, ressaltaram a necessidade de novas tecnologias e estratégias para o uso mais consciente dessas substâncias pelos agricultores e um maior controle das autoridades responsáveis. O consumidor também deve adotar uma postura mais firme em relação aos alimentos que quer para si, pensando na sua própria saúde e na do meio ambiente.
Alimentos com excesso de defensivos
Frutas e legumes, como laranja, abacaxi, couve e alface, estão no topo da lista da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos alimentos cultivados com mais agrotóxicos. Uma maneira de o consumidor se proteger do excesso dos defensivos é comprar os hortifrútis da safra, geralmente cultivados com menos agrotóxicos. Mas, quando possível, a melhor recomendação é optar pelos orgânicos.
Água contaminada
Os agrotóxicos também ameaçam a qualidade da água que bebemos. Como escorrem para os rios, especialmente na época de chuva, eles poluem as nascentes e os rios, ameaçando peixes e outros seres subaquáticos. Não só. Existe a notícia de que a água que chega às torneiras tem resquícios de agrotóxicos em 22 cidades de Santa Catarina. E sabe-se que, mesmo em quantidades pequenas, os agrotóxicos são associados a uma série de doenças graves, como câncer. Mais um motivo para o consumidor exigir medidas políticas responsáveis, além de contribuir para a demanda dos orgânicos. Não só no dia de hoje, mas o ano todo. Vamos nessa?