Quer saber se aquela marca de roupa que você adora é transparente no processo de produção e na política adotada com os próprios funcionários? O relatório do ITMB (Índice de Transparência da Moda) traz essas informações anualmente. Criado pelo movimento mundial Fashion Revolution (@fash_rev_brasil), o índice analisa em que medida grandes marcas e varejistas, de cada país, publicam sobre suas práticas e processos socioambientais ao longo de toda sua cadeia de valor. No ITMB Brasil 2021, nenhuma das 50 marcas avaliadas pontuou acima de 70% – apenas duas (C&A e Malwee) ficaram acima de 60%.

Esse resultado mostra que, apesar da mudança de hábitos e interesse do consumidor, a indústria da moda – uma das maiores responsáveis pelos grandes impactos negativos sobre o meio ambiente – ainda apresenta poucas informações sobre suas políticas relacionadas às medidas urgentes de sustentabilidade.

Falta responsabilidade socioambiental

Na seção Políticas e Compromissos, quase metade das empresas (48%) ficaram na faixa mais baixa de pontuação (entre 0 e 10%), sendo que 15 dessas não se pronunciaram. Ou seja, a maioria apresenta pouca ou nenhuma política que envolva não só suas práticas para reduzir o impacto ambiental, mas também, sobre seus próprios funcionários, fornecedores e direitos humanos.

Outro dado do relatório: somente 2% divulgam o nome específico da fazenda ou instalação responsável pela produção de matérias-primas e 6%, uma lista que conta com mais de um tipo de matéria-prima. No mesmo sentido, apenas 8% das empresas analisadas revelam o valor gasto com responsabilidade socioambiental. Algumas delas divulgam a quantidade de verba investida em institutos próprios ou projetos sociais pontuais, mas não o total direcionado para a implementação e gestão de atividades sobre o tema. 

O ITMB não é um índice de sustentabilidade. Mas, a ação conjunta de outras organizações e setores públicos para comprovar as informações do relatório, funciona como incentivo para que o consumidor busque mais informações, siga fiscalizando e questione a origem do que pretende comprar.

Fonte: Fashion Revolution Brasil