"Já pintou o verão, calor no coração, a festa vai começar"...
Como diz a música, a festa vai começar. E com ela, muito som, alegria, diversão e bastante brilho, afinal, as cores também fazem a beleza do Carnaval. Mas, para os foliões brilharem tanto nos bloquinhos, trios e avenidas, quantidades exorbitantes de glitter são utilizadas. O problema é que essas lindas partículas reluzentes são feitas de plástico, o maior poluente do oceano.
Felizmente e finalmente, temas relacionados a sustentabilidade têm sido frequentes nas rodas de discussão, então, com a chegada da época oficial da folia, o glitter volta para a estar na pauta. Isso porque ele é um microplástico que quando chega ao oceano pode ser ingerido por animais marinhos, comprometendo a fauna. Em entrevista à BBC, a especialista em ecologia urbana Trisia Farrelly, da universidade de Massey, na Nova Zelância, explicou o perigo do microplástico nesse caso. "Pesquisas recentes dão conta de que microplásticos perturbam o início da cadeia de alimentação aquática, como os plânctons. Também afetam ostras e mexilhões".
É importante observar que não existem estudos específicos a respeito do glitter e sua contribuição direta para essa poluição, mas, o produto faz parte do conjunto de microplásticos - entre 15 e 51 trilhões de partículas que poluem o oceano, segundo estudo feito em 2015.
Ainda que não seja possível identificar exatamente o impacto ambiental causado pelo glitter, todo cuidado para minimizar nossa influência negativa no meio ambiente deve ser tomado. Assim, além de buscar reduzir o uso do produto, porque não apostar em alternativas sustentáveis para colorir a festa, não é mesmo?!
Com a crescente demanda por um consumo consciente, algumas empresas passaram a produzir glitter biodegradável, além disso, também é possível confeccionar a própria purpurina. Ou seja, é possível continuar brilhando no carnaval sem fazer mal ao meio ambiente.
Um artigo do HuffPost de 2018 traz uma receita super legal de bioglitter. Colamos aqui:
Passo 1: Escolha a sua base
Pode ser feita com pó de gelatina incolor (encontrado em supermercados), mas se preferir uma opção vegana teste o pó de ágar-ágar, também conhecido como gelatina vegetal (vendido em lojas de produtos naturais).
Passo 2: Misture
Faça uma pasta do pó com os corantes de sua preferência. Opte por compostos biodegradáveis como pó de beterraba, cúrcuma, spirulina e urucum. Se quiser um efeito mais brilhoso, adicione o pó de mica, um mineral natural.
Passo 3: Deixe secar
Espalhe a pasta em uma camada fina sob um tapete de silicone. Deixe secar integralmente. Isso pode durar até 36 horas.
Passo 4: Triture
Com a pasta completamente seca, triture em um mixer (processador menor) para ter o efeito da purpurina.
O artigo traz também dicas de onde comprar o seu bioglitter pela internet. A nossa redação amou a marca carioca Pura Bioglitter , com eco glitters feitos à base de algas marinhas e mica produzidos no Brasil.
Curtimos também o site Purpurine, que importa o Bioglitter Projekt, glitter biodegradável produzido em Berlin, na Alemanha. Segundo o site, o produto vegano é feito a partir da celulose das plantas e é digerido de forma anaeróbica e 100% natural.
Depois de achar o seu, é só curtir a folia com a consciência bem limpinha.