Muitas substâncias usadas pela indústria de cosméticos (e até de alimentos) não dão a mínima pista de que são de origem animal e, por isso, podem passar despercebidas até por quem faz questão de shampoos, cremes e perfumes cruelty-free.

Existem os selos veganos que atestam os produtos totalmente livres de qualquer tipo de crueldade, o que facilita muito a vida do consumidor. Mas nem todas as marcas foram atrás da certificação, mesmo sendo 100% vegetais.

Na dúvida, consulte a lista organizada pela ativista e empresária vegana Alana Rox, autora dos livros Diário de Uma Vegana 1 e 2. Ela traz as substâncias que podem estar no seu shampoo, creme e perfume, e que você nem desconfia terem sido extraídas de animais. Saiba também aquelas que podem ser encontradas na versão vegetal, como o ácido hialurônico e o almíscar.

Substâncias de origem animal

São usadas em shampoos, cremes, perfumes e maquiagens

Ácido esteárico (stearic acid)

Ácido hialurônico (hialuronic Acid)

Ácido lático

Álcool cetílico (cetyl alcohol)

Aminoácidos (amino acids)

Biotina, vitamina H, vitamina B

Carmim, cochonilha, ácido carmínico (carmine, cochineal, carminic acid)

Caroteno, provitamina A, betacaroteno

Cera de abelha, geleia real, mel, pólen, própolis (bee wax, royal gelly, honey, pollen)

Colágeno (collagen)

Elastina (elastin)

Esterol (stearyl alcohol sterols)

Esteroide, esterol (steroids sterols)

"Fontes naturais" (natural sources)

Glicerina, glicerol (glycerine, glycerol)

Gorduras, gebo ou óleos animais

Lanolina (álcool de lanolina acetilado)

Panthenol, dexpanthenol, panthenyl, vitamina B, provitamina B-5

Pó ou proteínas da seda (silk)

Queratina (keratin)

Ureia, carbamida, ácido úrico (urea, carbamide)

Vitamina A ou retinol

Vitaminas do complexo B

Vitamina D, ergocalciferol, vitamina D-2, ergosterol, provitamina D-2, calciferol, vitamina D-3

Vitamina H

Alternativas vegetais

7 substâncias comuns nos cosméticos com versão cruetlty-free

Ácido esteárico: é normalmente derivado da gordura de animais como vacas e ovelhas e, dependendo da região do planeta, extraído de cães e gatos sacrificados.

Alternativa vegetal: apenas 5% do ácido esteárico é proveniente de gorduras vegetais – as mais abundantes na substância são manteiga de cacau e manteiga de karité (de 28 a 45%).

Carmim, cochonilha ou ácido carmínico: pigmento vermelho extraído do inseto cochonilha. Muito usado pela indústria alimentícia como corante para tingir iogurtes, sorvetes, assim como na indústria cosmética, para blushes, batons e sombras.

Alternativa vegetal: extratos de beterraba, urucum ou hibiscus.

Queratina: muito usada em shampoos para fortalecer os fios, é uma proteína extraída da juba, penas e chifres de alguns animais.

Alternativa vegetal: queratina vegetal à base de aminoácidos da soja, do arroz e do trigo; ou do óleo de amla, produzido a partir de uma fruta típica da Índia conhecida pelo nome de groselha indiana.

Colágeno: esse tipo de proteína, presente em cremes anti-idade para devolver firmeza à pele, vem da cartilagem e dos ossos de animais, principalmente de galinhas.

Alternativa vegetal: óleos vegetais (como o de amêndoas) e proteína da soja, que estimulam a produção de colágeno. 

Ácido hialurônico: também usado em cremes para combater o envelhecimento da pele, é uma proteína retirada de placentas, cordões umbilicais e fluídos das articulações animais.

Alternativa vegetal: ácido hialurônico sintético, produzido artificialmente pela fermentação de substratos vegetais.

Musk e almiscar: comum em perfumes, como fixadores e nota de base de essências, são obtidos basicamente dos órgãos genitais de alguns animais – lontra, veado e castor, no caso do musk. Já o almíscar, é obtido de uma glândula do testículo do cervo-almiscarado e de outros animais ou insetos, como jacaré, rato, pato e escaravelho. Para extrair a substância, é necessário matar o animal, retirar a glândula e secá-la ao sol.

Alternativas vegetais: musk e almíscar sintéticos. E algumas plantas como hibiscus e a madeira almiscarada, entre outras.