Esta ano, o Dia do Consumidor é comemorado hoje, 15 de março, mas as promoções já estão a todo vapor a semana toda. Celebrado no mundo todo, a data foi criada em 1962 pelo ex-presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, para movimentar a economia do país e criar um ambiente positivo tanto para quem compra, quanto para quem vende. A ideia acabou sendo replicada por outros países, porém, a convicção de quanto mais as pessoas consumirem melhor para o desenvolvimento econômico, não cabe mais no contexto atual do nosso planeta. Saturada com a poluição da indústria e o excesso de lixo plástico (boa parte acumulada nos oceanos) e outros materiais que levam décadas para serem degradados, Gaia vem respondendo com mudanças climáticas cada vez mais intensas e preocupantes. 

Como todos podem ajudar a mudar esse cenário? O primeiro passo é repensarmos nossos hábitos de consumo forçando, cada vez mais, a indústria a adotar sistemas de produção mais sustentáveis e menos agressivos ao meio ambiente. 

Para quem ainda não conhece, seguem seis perguntas do consumo consciente elaboradas pelo Instituto Akatu, que, colocadas em prática, permitem reduzir o consumo excessivo e, consequentemente, a pegada negativa dos consumidores e das indústrias no planeta. Porém, no Dia do Consumidor, a principal pergunta é: por que comprar?, que deve ser respondida antes de qualquer item ser colocado no carrinho de compras. 

1. Por que comprar? 

Pergunte a si mesmo(a) se realmente precisa do produto ou se está sendo estimulado(a) por propagandas ou um impulso momentâneo. Pense ainda se, em vez de comprar, você pode fazer uma troca, reutilizar ou pegar emprestado. Nesse processo, é importante lembrar do que é essencial para a sua vida. Isso muitas vezes significa “ter” algo não material mais que algo material, como, por exemplo, dedicar mais tempo a atividades com a família e os amigos.

2. O que comprar?

Para definir qual produto comprar, analise o que as opções disponíveis oferecem e escolha aquelas que reúnem apenas as características que realmente atendem às suas necessidades — atributos demais poderão nunca ser usados, caracterizando desperdício. Inclua entre as qualidades do produto o que você deseja em termos de qualidade, durabilidade e características de segurança durante o uso.

3. Como comprar?

É hora de pensar na forma de pagamento da compra e em sua logística. Vai pagar à vista ou a prazo? Se for a prazo, conseguirá pagar as prestações em dia? Caso você compre perto de casa, pode ir a pé ou de bicicleta; longe de casa, terá os impactos do transporte de carro, ônibus ou metrô. E como levar as compras? Em sacolas plásticas, ecobags ou caixas de papelão? Essas questões são importantes para diminuir o impacto negativo do seu consumo. Compras online também exigem sobre a embalagem usada pela loja ou fabricante.

4. De quem comprar?

Ao escolher a empresa fabricante do produto a ser comprado, busque fontes confiáveis para verificar as características da sua produção: se há cuidado no uso dos recursos naturais, como é o tratamento e a valorização dos funcionários e se a empresa contribui para o bem-estar da comunidade local. Assim, você pode reconhecer com suas escolhas as empresas com práticas que beneficiam a sociedade e o planeta.

5. Como usar?

Quando você decide obter o produto, deve dar uma vida longa a ele. Tenha cuidado no seu uso, utilize-o até o final de sua vida útil e caso quebre, tente consertá-lo antes de comprar um novo. Essas práticas são essenciais para evitar a necessidade de troca sucessiva de itens e os impactos associados à sua fabricação, ao seu transporte e ao seu descarte.

6. Como descartar?

Se não tem mais utilidade para você, o produto pode ser necessário para outra pessoa. Em alguns casos, também é possível reformá-lo para dar a ele um novo uso: caixas e embalagens podem se transformar em brinquedos para as crianças, latas servem de vasos e pneus viram balanços. Quando realmente não houver outros usos para o produto, é hora de descartar seus resíduos de maneira correta, encaminhando o que for possível para a reciclagem. É sempre bom lembrar: não existe “jogar fora”, o “fora” é o planeta em que vivemos.