Meio Ambiente

PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL: MODERE ANTES QUE SEJA TARDE

ONU ADVERTE


Gabriela Hunnicutt | Aug 21, 2018

Encontrar o equilíbrio entre uma alimentação baseada em produtos de origem animal e outros como os legumes, por exemplo, é fundamental para garantir a sobrevivência do planeta, é o que defende o Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva.

Segundo ele, "o consumo excessivo de alimentos provenientes da pecuária trazem três riscos principais: o desequilíbrio na saúde do ser humano, mudanças climáticas importantes e riscos para a saúde animal".

Começando pela alimentação, sabemos que o consumo da carne traz micronutrientes fundamentais para o desenvolvimento físico e cognitivo, especialmente para crianças e jovens, mas é importante lembrar que os peixes e os legumes também são poderosas fontes de proteína que cumprem esse papel com a mesma eficácia.

Quando falamos nas mudanças climáticas, entramos em um território bastante delicado. Sabemos que inúmeras famílias em todo o mundo dependem da pecuária para sua sobrevivência. Em contrapartida, é a atividade que mais gera emissão de gases de efeito estufa. Para José Graziano, a única saída é modernizar as técnicas de produção, não limitando esse know how aos grandes detentores de capital.

A FAO também adverte para o risco da proliferação de doenças provocadas pelo aumento das temperaturas e, consequentemente, da quantidade de insetos nos pastos – representando uma grande ameaça para as pessoas, os animais e o meio ambiente. Outro problema é o uso excessivo de medicamentos na pecuária. As criarem cada vez mais resistência aos antibióticos, os agentes patogênicos se tornam uma grande ameaça aos seres humanos que se alimentam de carne. Segundo Graziano, ‘os antibióticos só devem ser usados para tratar doenças e aliviar o sofrimento desnecessários dos animais”.

Fonte: Global Forum for Food and Agriculture, Berlin, Janeiro de 2018.