Sabe a sacolinha verde biodegradável que alguns supermercados já estão usando para reduzir o impacto do plástico no meio ambiente? Então, ela não é tão inofensiva quanto a gente imagina. Apesar de feito a partir de fontes renováveis, como milho, mandioca, beterraba e cana-de-açúcar, o plástico “verde” usado nessas sacolinhas contém um polímero (PLA – ácido láctico) que só se degrada corretamente em usinas de compostagem, onde a quantidade de microrganismos e as condições de luz, umidade e temperatura são adequadas.
Porém, a maior parte das sacolinhas de plástico costumam ter como destino o aterro sanitário, quando não vão parar nos oceanos. E, mesmo que o plástico biodegradável desapareça dentro de seis meses, período infinitamente menor que o do plástico comum, ele deixa resíduos, os microplásticos. Por isso, ele também polui o ar, a terra, os rios e oceanos. Outro problema do plástico (não tão) verde: utilizar alimento como matéria-prima.
A boa notícia é que existem pesquisadores empenhados em desenvolver opções de plástico 100% biodegradáveis, sem competir com a produção de alimentos. E parece que eles estão próximos de uma solução. Feito de resíduos da agroindústria de cúrcuma, babaçu e urucum, um plástico desenvolvido nos laboratórios da Universidade de São Paulo (USP), quando depositado na natureza, se transforma em água, CO2 e matéria orgânica. A degradação total ocorre no máximo em 120 dias, sem deixar vestígios sólidos.
Os primeiros testes fizeram parte do trabalho de mestrado da química Bianca Chieregato Maniglia, na USP de Ribeirão Preto. No pós-doutorado, na Escola Politécnica, Bianca estudou a possibilidade da produção em larga escala. No momento, as pesquisas avançam na busca para melhorar as propriedades desse plástico e, assim, passe a ser uma alternativa promissora ao plástico comum e ao biodegradável atual.
Mas você pode agir desde já para substituir os plásticos que agridem a natureza. Estas cinco sugestões são do movimento Menos 1 Lixo, idealizado pela carioca Fe Cortez:
1. Vá para a feira e o supermercado sempre com sua ecobag.
2. Leve potes de vidro para comprar cereais e nuts à granel.
3. Use uma sacola de papel (aquelas que você leva para casa quando compra uma roupa o sapato) na lixeira do banheiro.
4. Forre a lixeira da cozinha com folha de jornal.
5. Coloque na bolsa ou mochila os produtos comprados na farmácia ou perfumaria. Muita gente sai desses estabelecimentos com sacolinhas de plástico muitas vezes só com uma escova de dente ou uma caixinha de medicamento dentro.
Imagem: Jornal da USP. Ciências Ambientais