CLIMA

O MUNDO DISCUTE O FUTURO DO PLANETA

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SÃO O MAIOR DESAFIO PARA TODOS NÓS


Redação | Sep 23, 2019

A Cúpula do Clima da ONU (Organizações das Nações Unidas) teve início nesta segunda-feira (23), em Nova York, nos Estados Unidos, em meio a previsões catastróficas sobre o clima. Em 2018, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), organização científico-política criada em 1988 pelas Nações Unidas, revelou que, caso a emissão de gases de efeito estufa sejam mantidos nos níveis atuais, as temperaturas serão elevadas em 1,5º C até 2040, o que pode provocar inundações nas cidades litorâneas e intensificar as secas e a pobreza em várias regiões do planeta. 

Segundo o IPCC, a temperatura no planeta já subiu cerca de 1° C em relação à era pré-industrial. E, a cada década, a taxa tem aumentado cerca de 0,2° C. Alguns cientistas estão ainda menos otimistas: acreditam que a elevação na temperatura pode chegar a 2º C. Para que esse quadro preocupante possa ser evitado, a emissão de gases deve ser reduzida em 45% até 2030.

Entre as muitas mudanças que precisam ser adotadas, o debate sobre o fogo na Amazônia é fundamental. O número de queimadas neste ano é o maior desde 2010, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Já são mais de 56,6 mil focos, 42% a mais do que no mesmo período de 2018. 

O Ministério Público Federal aponta que cerca de um terço das áreas de desmatamento ilegal na Amazônia foram alvo de queimadas em 2019, o que representa cerca de 170 mil hectares desmatados entre 2015 e 2107 – a maior parte para abrir espaço para pasto e monocultura de soja e milho (para ração animal), o que reforça a importância de cada um de nós olharmos com mais consciência para o próprio prato e reduzir o consumo de carne.   

GREVE GLOBAL PELO CLIMA

Às vésperas da Cúpula do Clima da ONU (Organizações das Nações Unidas), jovens, associações humanitárias, organizações não governamentais dedicadas à causa ambiental, ativistas e até mesmo funcionárias de grandes empresas, como Amazon e Microsoft, se juntaram para a greve global pelo clima.

O movimento foi organizado pelo Fridays For Future (Sextas-feiras Pelo Futuro), iniciado em agosto de 2018, quando a estudante sueca Greta Thunberg, hoje com 16 anos, protestou por três semanas em frente ao parlamento de seu país contra a falta de medidas contra a crise climática. Os posts sobre os protestos publicados por ela nas redes sociais viralizam e a tornaram famosa no mundo inteiro. 

A jovem ativista, Greta Thunberg

 

Greta decidiu, então, continuar com os atos todas as sextas-feiras até que o país adotasse ações em sintonia com o Acordo do Clima de Paris, ao qual o Brasil se mostra  desalinhado. Indicada ao Prêmio Nobel da Paz, ela já discursou na Conferência do Clima da ONU, em dezembro de 2018, e no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em janeiro de 2019. Estudantes em outros países, como a Bélgica, passaram a se inspirar na jovem para organizar seus próprios protestos. 

Na última sexta-feira (20), a Greve Global pelo Clima aconteceu em mais de 150 países, inclusive no Brasil, onde aconteceram atos em mais de 20 estados e capitais como, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, para defender medidas efetivas contra o aquecimento global e outras mudanças climáticas, mas foram menores do que os de outros países.

Em Nova York, mais de um milhão de crianças de escolas públicas foram autorizadas a faltar à escola, caso os pais autorizassem, para participar da manifestação. Já em São Paulo, entre as centenas de pessoas que protestavam, havia crianças de escolas públicas que pintavam seus próprios cartazes. Entre as palavras de ordem, muitos desenhos representavam também a insatisfação dos pequenos em relação às queimadas na Amazônia.

A onda de manifestações pelo mundo não terminou. A previsão é que os eventos continuem até o próximo dia 27 de setembro. No Brasil, ainda não foram divulgados novos atos.