Selos

ENTENDENDO OS SELOS DE CERTIFICAÇÃO: DO ORGÂNICO AO VEGANO

SAIBA O QUE CADA UM DELES QUER DIZER


Redação | Mar 02, 2021

A crescente preocupação com a origem dos produtos e a produção agropecuária brasileira – seus pesticidas, agrotóxicos, hormônios e outros grandes malefícios à saúde e ao ecossistema – tem despertado no consumidor mais critério em suas escolhas no supermercado. Na contramão dessa conscientização, também veio à tona o “greenwashing”: termo utilizado para empresas e pessoas que buscam promover, como jogada de marketing, uma imagem ecologicamente responsável que não condiz com a realidade.

Para escapar de armadilhas do tipo, precisamos estar constantemente informados e atentos. Verificar na embalagem dos produtos (de alimentos a roupas e eletrodomésticos), os selos que dão garantia da origem dos itens que estamos levando para casa e do quão sustentáveis eles realmente são. Selecionamos aqui os selos mais vistos nas prateleiras, cabides e até em projetos arquitetônicos. 

1. Empresa B

O selo é concedido para as companhias globais que combinam lucro com responsabilidade social e ambiental para que se tornem melhores para o mundo e não apenas as melhores do mundo. Para fazer parte desse movimento, as empresas devem adotar práticas sustentáveis. Algumas usam matéria-prima provenientes da agricultura familiar ou insumos recicláveis; reaproveitam sobras de matéria-prima que seriam descartadas para produzir novos produtos ou adotar o processo de  compostagem para gerar adubo para cultivo; outras também se comprometem em realizar ações sociais, como oferecer uma porcentagem das vendas anuais para as cooperativas de reciclagem, promover aulas sobre sustentabilidade e alimentação saudável para a população de baixa renda.

Enfim, cada empresa escolhe o melhor caminho para gerar o menor impacto possível ao meio ambiente e à sociedade. A avaliação pelo Sistema B Brasil, órgão responsável pela liberação do selo, é rigorosa. Cada empresa deve alcançar uma pontuação mínima entre as 160 perguntas disponibilizadas no site, que pode ser acessado aqui. E não basta o esforço inicial: para manter a certificação de Empresa B, a cada dois anos a companhia precisa provar que suas práticas e políticas de sustentabilidade estão avançando.

2. Eureciclo

O selo eureciclo é concedido às empresas que adotam a compensação ambiental aplicada à logística reversa de embalagem pós-consumo dentro da realidade social e econômica do Brasil. Com funciona: as companhias valorizam e apoiam financeiramente o trabalho de operadores de coleta e triagem possibilitando o descarte correto, o que gera incentivo para toda a cadeia e permite que as embalagens retornem ao ciclo produtivo como matéria-prima para novos materiais contribuindo para o desenvolvimento da economia circular. As empresas interessadas em obter o selo podem obter informações aqui.

3. Carbono zero e Baixo Carbono

O primeiro selo é concedido pela Eccaplan a empresas ou produtos neutros em carbono, ou seja, que têm todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes de sua atividade devidamente quantificadas pela certificadora e compensadas (neutralizadas) com ações ambientais na mesma proporção. A neutralização pode ser feita com a compra de créditos de carbono de projetos certificados. O segundo selo é da certificadora internacional CarbonCloud. Com longa experiência em pesquisa de sistemas de produção de alimentos, a Carbon calcula a emissão de GEE desde o cultivo dos ingredientes até o transporte dos produtos para os pontos de vendas, passando pela embalagem, mostrando a pegada climática da empresa e, com isso, ajudando os consumidores a reconheceram facilmente alimentos realmente ecológicos.


4. Produto Orgânico Brasil

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Este é o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg). Organizado e estruturado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ao lado do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), o SisOrg certifica que o seu produto tem, no mínimo, 95% de ingredientes orgânicos em sua composição. Já os ingredientes que compõem os outros 5% devem ser identificados e estar dentro das regras de produção orgânica – agrotóxicos, por exemplo, estão proibidos de qualquer forma.

Produtos que apresentam entre 70% e 95% de substâncias orgânicas na composição não são classificados como orgânicos nem podem estar certificados com o selo. Porém, se os ingredientes orgânicos estiverem identificados no rótulo, é possível a embalagem estampar a frase: “produto com ingredientes orgânicos”. Itens com menos de 70% de ingredientes orgânicos não estão aptos a nenhuma qualificação.

Há três formas de certificação orgânica: a Certificação por Auditoria, o Sistema Participativo de garantia e o Controle Social na Venda Direta. As duas primeiras aparecem identificadas nos selos que encontramos por aí: a primeira diz respeito à avaliação feita por certificadoras credenciadas e a segunda ao controle realizado pelo Organismo Participativo de Avaliação de Conformidade (OPAC). A terceira acontece no caso de agricultores que vendem seus produtos em feiras e pequenos mercados: os produtos não possuem o selo de certificação, mas os responsáveis pela produção devem estar vinculados a uma Organização de Controle Social (OCS) cadastrada e possuir um documento que comprove a produção orgânica.

5. Selo IBD

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O selo público e oficial do SisOrg pode ser obtido a partir de um Organismo da Avaliação da Conformidade (OAC) credenciado, como o IBD – Associação de Certificação Instituto Biodinâmico. Essa instituição certificadora brasileira é credenciada pelo MAPA e acreditada por órgãos internacionais como a IFOAM (Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica) e a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Seu selo garante o respeito à mesma legislação para alimentos orgânicos no mercado interno (Lei 10.831), mas vai além: garante que o produto esteja de acordo com normas europeias e norte-americanas. A série de exigências e cuidados para obter uma certificação do IBD podem ser encontradas aqui.

6. Selo Ecocert

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Outra certificadora credenciada do mercado é a Ecocert, de origem francesa. O orgão atende tanto a regulamentos nacionais como internacionais de produção, processamento, rotulagem e comercialização de produtos orgânicos. Os alimentos certificados com o selo contêm no mínimo 95% de ingredientes orgânicos e, assim como o IBD, a Ecocert também certifica cosméticos e produtos de limpeza.

7. Selos Veganos

 


O selo para produto vegano é concedido, aqui no Brasil, pela Sociedade Vegetariana Brasileira e pela associação Veganismo Brasil, autorizada da organização britânica Vegan Society. Você também pode encontrar produtos na seção de importados com o selo do próprio órgão inglês.  A presença de qualquer um deles na embalagem garante que o produto não contém ingredientes de origem animal (nenhum mesmo, da carne ao corante!) nem foi testado em animais.

8. Selos Cruelty-free

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Os coelhinhos são os maiores representantes de cosméticos e produtos de limpeza cruelty-free, ou seja, que foram desenvolvidos sem testes em animais. O programa “Leaping Bunny”, da organização Cruelty Free International , é um dos mais icônicos do mercado internacional. Outra organização que se mantém no front por essa luta é a PETA (People for Ethical Treatment of Animals) com o programa “Beauty Without Bunnys”. A partir dos selos “Cruelty-Free” e “Cruelty-Free and Vegan”, a ONG também certifica marcas que não conduzem ou pagam por testes em animais em nenhum lugar do mundo e não o farão no futuro.

9. Selo Certified Humane

certifiedhumane-seloPara produtos que contêm proteína de origem animal, o selo do programa Certified Humane, da organização Humane Farm Animal Care, certifica marcas que não atuam com maus tratos nem concordam com qualquer tipo de sofrimento animal em sua organização. O objetivo é garantir uma criação de bem-estar aos animais.

10. USDA Organic e Organic Leaf

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O primeiro diz respeito às normas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Já o segundo, representa o selo para alimentos orgânicos na Europa, que atende às normas do mercado europeu. Aqui no Brasil, eles podem ser encontrados em alimentos certificados pelo IBD ou pela Ecocert, certificadoras reconhecidas mundialmente.

11. Selo FSC

FSC-selo O selo do Forest Stewardship Council, ONG criada para promover manejo florestal ecologicamente responsável e contribuir para o uso adequado dos recursos naturais, tem visibilidade internacional. A presença dele na embalagem de um produto certifica que o produtor, assim como toda a cadeia produtiva, respeita os aspectos ambientais, sociais e econômicos.

12. IBD Não OGM, Non GMO

Ambos os selos, o primeiro nacional e o segundo internacional, esclarecem ao consumidor que o produto não contém ingredientes geneticamente modificados.

13. Fair Trade IBD

Certifica o comércio justo, o que inclui uma cadeia produtiva de mercadoria legítima e sem abuso dos trabalhadores. É ainda a garantia de que os empreendimentos estão engajados em processos que visam o desenvolvimento sustentável, atendendo a demanda de consumidores atentos e conscientes.

14. Rainforest Alliance Certified

O certificado internacional garante que os produtos agrícolas (frutas, café, chocolate, chás, flores, papel e mobiliário) sejam provenientes de fazendas e florestas locais e sustentáveis, que conservam a biodiversidade, além de preservar o solo e os cursos de água e oferecer condições dignas de trabalho a todos. 

CONHEÇA TAMBÉM SELOS ESPECÍFICOS PARA, ELETRODOMÉSTICOS, MÓVEIS E CONSTRUÇÕES QUE RESPEITAM AS NORMAS DE SUSTENTABILIDADE

15. Rótulo Ecológico ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

Desde 2008, o selo informa os consumidores sobre produtos e serviços menos agressivos ao meio ambiente. A lista inclui desde higienizador de mãos a móveis de aço e, entre os serviços, o Bondinho do Pão de Açúcar. A metodologia de certificação é voluntária.

16. Cerflor — Programa Brasileiro de Certificação Florestal

Valida o uso de madeira proveniente de áreas de manejo sustentável e a cadeia de rastreabilidade segundo o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e o Inmetro. O selo segue protocolos adotados mundialmente.

17. Procel de Economia de Energia

Permite ao consumidor optar, entre os equipamentos e eletrodomésticos à disposição no mercado, aqueles que consomem menos energia e, portanto, contribuem para um consumo sustentável de energia.

18. AQUA (Alta Qualidade Ambiental)

Confirma a redução do consumo de água e de energia elétrica em endereços comerciais e residenciais. Construções que reutilizam a água da chuva e o dreno do ar-condicionado para irrigação e lavagem, além de privilegiarem válvulas econômicas.