Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 

Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º.

No ano de 1850, Dom Pedro II proibiu, através da lei 601, a exploração florestal das terras descobertas; entretanto, a lei foi ignorada e o desmatamento para a implantação da monocultura do café continuou acontecendo. Não é difícil notar que não é de hoje que a preservação ambiental é um tema muitas vezes colocado em segundo plano pelo conjunto da sociedade. Mas, vivemos em um período onde o cuidado com o meio ambiente se faz urgente, a educação ambiental é uma maneira importante de conscientização.

A formação de gerações preocupadas com os problemas ambientais e sustentabilidade, focadas em evitar mais degradação pode ser feita de diferentes maneiras e com pessoas de todas as idades. Existem programas governamentais cujo objetivo é essa construção de mentalidade, como o ProNEA – Programa Nacional de Educação Ambiental. Mas, não é apenas pela via governamental que a educação ambiental é feita. Muitas organizações e ambientalistas também tem papel importante nesse processo.

Para o ambientalista e criador do grupo Ambientalistas em Rede, Ronaldo de Carvalho Augusto, em todas as fases da vida é possível haver conscientização, ainda que com focos distintos. A educação na fase adulta é um processo complexo e, por vezes, difícil, já que exige mudança de hábitos e costumes arraigados. Nesse caso, o objetivo é apresentar e quebrar mitos relacionados as boas práticas na relação do homem com a natureza.  Por outro lado, Ronaldo considera a abordagem com crianças uma estratégia que traz um retorno positivo de grande importância.

“A educação e conscientização ambiental nesta fase tem grande importância formação de mundo da criança. Observamos que o contato cotidiano da criança e também do adolescente com conceitos e práticas de educação ambiental cria valores que são replicados para além da sala de aula. Eles tornam-se multiplicadores desses conceitos nos mais variados ambientes que frequentam, como os espaços de recreação e em casa. Essa é uma estratégia já aplicada em diversos países do mundo”

Levando em conta que a educação de crianças e jovens é um caminho importante, é preciso manter esse processo de conscientização dentro e fora das escolas. Para Ronaldo, o estado tem um papel crucial “Campanhas constantes de conscientização são ferramentas fundamentais nesse aspecto. O estado deve assumir o papel de conscientização e fiscalização de boas práticas ambientais. Esse é um modelo que funciona relativamente bem na França”. Considera que, além da conscientização, o estado deve garantir coleta seletiva eficaz e dando suporte e estimulando ações que se destaquem de maneira satisfatória, ”Sabemos que a mudança de mentalidade de uma sociedade não se faz de uma hora para outra, mas enquanto a educação ambiental estiver restrita as teorias de salas de aula e não no cotidiano das pessoas, cometeremos os mesmos erros ao longo de anos. As pessoas precisam ver, e sentir, os benefícios da educação ambiental no dia-a-dia para que isso se torne parte de nossa cultura”.

“De modo geral, sociedades equilibradas utilizam os recursos naturais de maneira menos agressiva e ostensiva pelo emprego de tecnologias. Como citado, o uso racional de água é sempre uma temática em alta. Em sociedades equilibradas observamos um consumo per capita de água menor que em países onde a educação ambiental ainda não alcançou o status governamental”

Temas como preservação ambiental que priorize fragmentos florestais, corredores ecológicos e floresta Amazônica; alimentação saudável, local e orgânica; utilização de fontes energéticas renováveis, além de gerenciamento de recursos hídricos são alguns dos assuntos considerados mais urgentes na pauta da educação ambiental da sociedade. Guardadas as devidas proporções, todos podem e devem contribuir para a preservação do ambiente em que vivemos e os primeiros passos para a ação são a informação e o aprendizado.