Pular setes ondas, oferecer flores para Iemanjá (a rainha das água), acender velas com pedido de boas vibrações e ver a queima de fogos com os pés na areia são algumas das tradições praticadas por milhares de brasileiros que costumam passar o último dia do ano na praia. A noite da virada é só alegria. Mas, na manhã seguinte, o cenário é triste e as manchetes se repetem: “Grande quantidade de lixo ocupa a orla após Réveillon”, publicou a revista O Povo, no dia 1º de janeiro de 2019. Mesmo com a limpeza intensa realizada pela prefeitura das cidades litorâneas, ainda sobram dejetos que, de uma forma ou de outra, acabam indo para o mar ameaçando a vida dos peixes e outros animais marinhos. Outro tanto polui os rios e entope os boeiros, provocando problemas que dizem respeito a toda a sociedade. Enfim, vamos reavaliar as tradições dessa época e excluir (ou realizar de maneira consciente) aquelas que prejudicam o meio ambiente. Não pense que a festa vai perder a graça: existem muitas alternativas bacanas para você, amigos e família comemorarem o fim e o começo de um novo ano, sem produzirem tanto lixo. Aí, sim, 2020 vai começar poderoso.
Vai beber na praia?
Se você costuma abrir um espumante para brindar a virada com os amigos e familiares, depois descarte a garrafa vazia no lugar certo. Faça o mesmo com a latinha de cerveja ou refrigerante. Muita gente ainda “erra” a lixeira – aliás, não só no Réveillon. No verão, o volume de embalagens acumulado na areia triplica. Mais de 95% desse lixo, segundo uma pesquisa do Instituto Oceanográfico da USP, correspondem a canudos e garrafas de plástico – material não degradável e prejudicial à vida marinha. Não encontrou uma lixeira no caminho de volta para casa? Carregue as embalagens vazias de volta para fazer o descarte correto em casa e incentive as pessoas que estiverem junto com você a fazerem o mesmo.
Não leve oferendas ao mar
Qualquer material sólido, mesmo que biodegradável, pode permanecer tempo suficiente na água para provocar prejuízo à vida marinha. Evite também soltar fogos de artifício e balões de gás (aqueles de festa de aniversário). Os fogos poluem o ar e deixam rastros no mar e no solo. Já os balões, feitos de látex ou náilon, perdem o gás hélio (responsável pela flutuação) e, quando caem no mar, são confundidos pelos animais marinhos com alimentos. As principais prejudicadas são as tartarugas. Elas pensam que o balão murcho (por causa do formato) é uma água-marinha, então, comem e morrem com o intestino obstruído. Já os arames dos balões de papel podem enforcar aves e outros animais em terra e eles são responsáveis por incêndios devastadores, que matam a fauna e a flora.
REDUZA O USO DE PLÁSTICO
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Carregue uma sacola de papel como lixinho
Leve uma ecobag ou sacola de papel para colocar todo o lixo que você e sua família produzirem (até mesmo a bituca de cigarro, no caso de ter algum fumante). Fica mais fácil e prático jogar tudo junto numa lixeira na praia ou em casa. Ah, e recuse as famosas sacolinhas de supermercado, assim como os hortifrútis embalados com plástico. Carregue uma sacola reutilizável também para fazer suas compras.
Prefira prato, talheres e copo retornáveis
Substitua os utensílios descartáveis por versões reutilizáveis, como copo de silicone e canudo de inox ou bambu. Nos quiosques e restaurantes, se existir a opção de você escolher entre copo de vidro e de plástico, não tenha dúvida: fique com o primeiro.
Tenha uma garrafinha térmica
Evite comprar água, suco ou energético em embalagem de plástico. Melhor ainda, coloque água gelada em uma garrafinha térmica retornável e saborize com rodelas de laranja e lascas de gengibre. É mais saudável, econômico e sustentável para o meio ambiente e para o seu bolso.