VITAMINA D

VITAMINA D: VEGETARIANOS APRESENTAM MAIOR RISCO DE CARÊNCIA?

Saiba por que essa preocupação não deve ser apenas de quem prioriza os vegetais


Eliane Contreras | Sep 23, 2020

Entre 10 e 20% da quantidade de vitamina D que nosso organismo precisa é obtida por meio dos alimentos. O restante, de 80 a 90%, origina-se da exposição à luz aos raios ultravioletas (UV) do sol, que vão estimular a produção pelo corpo. Esses dados respondem a dúvida sobre os vegetarianos ficarem mais sujeitos à carência de vitamina D. Ou seja, não. 

O que alguns estudos mostram é que, nos países em que apenas alimentos de origem animal são fortificados com a vitamina D, os vegetarianos podem apresentar níveis menores do nutriente quando comparados com a parte da população que consome carne, leite e derivados. Portanto, a questão não é a alimentação vegetariana, mas sim o alimento escolhido para ser fortificado, segundo o médico Eric Slywitch escreveu no livro Alimentação Sem Carne (editora Alaúde).

Já a vitamina D proveniente dos raios solares depende da exposição diária ao sol sem o uso de filtro solar. Um filtro com apenas 8 de fator de proteção pode reduzir em 95% a produção de vitamina D pelo organismo. Para evitar o risco de câncer de pele, alterne as partes do corpo sem protetor – um dia braços e no outro pernas – e não exagere no tempo. Fique no sol de 10 a 15 minutos, entre 10 e 15h –considerado melhor período do dia para você obter os benefícios dos raios UV. 

Tente manter essa rotina até mesmo nas fases em que você fica mais tempo em casa, como neste momento de coronavírus. Mesmo quem mora em apartamento pode tomar sol na janela ou varanda, mas atenção: os raios UV não ultrapassam o vidro. Mesmo não sendo possível você exercer esse ritual diário, evite fazer a suplementação por conta própria – em excesso, a vitamina D provoca um aumento excessivo de cálcio no corpo, o que leva à calcificação de artérias e lesões nos rins.

Algumas semanas longe do sol não são suficientes para provocar deficiência grave no corpo. No livro Alimentação Sem Carne, Eric Slywitch também lembra que a vitamina D fica armazenada no tecido adiposo (gordura) para uso posterior. Mas não deixe de realizar exames laboratoriais para acompanhar os níveis de vitamina D e seguir as prescrições do seu médico em relação à necessidade (ou não) de suplementação.

POR QUE NÃO PODE FALTAR 

Fundamental no processo de retenção de cálcio e fósforo, a vitamina D na dose certa mantém a saúde dos ossos (adultos com deficiência são mais propensos à osteoporose). Nos últimos anos, cientistas descobriram que outros órgãos do corpo têm receptores para esse componente, o que mostra que sua função na nossa saúde vai além do esqueleto. Considerada por alguns especialistas como um hormônio (já que nosso corpo é capaz de sintetizá-la), previne diferentes tipos de câncer, auxilia no controle da pressão arterial e reduz o risco de diabetes e doenças cardiovasculares e autoimunes, além de combater processos neuro-inflamatórios e melhorar o desempenho físico. Essas descobertas, porém, ainda precisam de mais estudos.