Quando ouve música, você se acalma? O som tem esse poder e, quando vibra na mesma frequência do corpo, não só relaxa como cura. Essa descoberta não é recente: as civilizações egípcia, grega, maia, hindu e tibetana, entre outras, já tinham um vasto conhecimento em como usar os sons para manter o corpo e a mente saudáveis. Os monges tibetanos, aborígenes australianos e índios tupi-guarani, até hoje, utilizam instrumentos, geralmente feitos com elementos da natureza, e entoam sons repetitivos (mantras) em suas cerimônias para agradecer e celebrar a vida. São rituais que também proporcionam sensações de leveza e bem-estar.
“Os sons repetitivos são capazes de reequilibrar a frequência natural de ressonância dos nossos órgãos internos”, diz a terapeuta do som Gabriela Novaes Brepohl. Há 4 anos dedicada aos estudos do Sound Healing, técnica que recorre à música como instrumento de cura e que vem ganhando espaço entre os tratamentos complementares, Gabriela, assim como todos os terapeutas do som, compara o corpo a uma orquestra bem afinada. Mas, caso um “músico” entre em descompasso prejudicando o bom andamento da “orquestra”, as doenças físicas e mentais tendem a aparecer.
Segundo um artigo publicado no site Som de Cristal, especializado em Sound Healing, nossa frequência de ressonância é o resultado de todas as interações entre as frequências de todos os nossos órgãos, pensamentos e emoções. Explica ainda que os bebês vibram em uma frequência natural perfeita e, à medida que se tornam adultos e criam hábitos e crenças, esse equilíbrio é alterado surgindo uma música desafinada, a doença. Na teoria do Sound Healing, a doença é a parte do corpo vibrando fora de harmonia com o todo. O objetivo da técnica é projetar ondas sonoras harmoniosas a partir de um instrumento, incluindo a voz, para que essa parte doente relembre sua partitura natural vibrando novamente em harmonia com as demais e a “orquestra”, então, volte a tocar uma bela música.
CONEXÃO DIRETA COM O CORAÇÃO E A ALMA
Responsável pelas sessões de Sound Healing no Spa Lapinha, no Paraná, Gabriela toca tambor e extrai sons vibracionais da tigela de cristal (instrumento bastante usado na terapia do som), além de entoar cânticos. Os participantes geralmente entram em estado meditativo e terminam a experiência extremamente relaxados. No dia seguinte, os relatos são de uma noite de sono profundo e com mais sonhos.
A empresária Carla Palermo, de São Paulo, acrescenta outras sensações. “Durante a sessão, o som dos instrumentos em harmonia com a voz da Gabriela parecia ter conexão direta com meu coração e minha alma, o que me permitiu acessar e liberar magoas, tristezas, amor e gratidão. Me fez repensar hábitos e padrões mentais. Foi um presente, uma experiência linda que pretendo repetir”. As sessões de Sound Healing, assim como outras atividades direcionadas à saúde mental, fazem parte do pacote Mental Wellness incluído recentemente na programação do spa.
TIPOS DE INSTRUMENTOS
Alguns terapeutas do som costumam usar equipamentos específicos para realizar testes auditivos e avaliar os batimentos bineurais (vibração do som nos lados direito e esquerdo do corpo) para detectar as frequências em falta em todo o sistema. Os instrumentos para reequilibrar as vibrações, também capazes de rearranjar moléculas e restaurar o correto funcionamento celular, são variados: tigela de cristal ou de metal (tigela tibetana), tambores, flauta de bambu e outras opções feitas com material extraído da natureza, diapasão de metal ou cristal de quartzo, pirâmides sonoras de cristal, mesa lira, sintetizadores, entre outros. A cura, porém, emerge de dentro, da essência da própria pessoa. Mas ainda há muito para ser compreendido sobre o uso e os efeitos terapêuticos do som. De qualquer maneira, o que se sabe até o momento é que fazer nosso corpo vibrar em harmonia nos faz muito bem!