Apesar de pouco divulgada no Brasil, a ozonioterapia é utilizada com sucesso nos Estados Unidos e em países da Europa para tratar e prevenir doenças, desde a primeira Guerra Mundial. Mesmo assim, ainda é um método polêmico por aqui: embora permitida pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, apenas os Conselhos de odontologia, enfermagem fisioterapia e veterinária liberaram totalmente o uso. Mas, segundo a médica Thaísa Albanesi, de São Paulo, a eficiência da ozonioterapia no tratamento da saúde como um todo é inquestionável: “É uma terapia natural (sem o uso de substâncias químicas) e livre de efeitos colaterais, capaz de acabar com dores articulares, reduzir processos tumorais e outros desequilíbrios do organismo, além de amenizar os desgastes que ocorrem com o envelhecimento e, consequentemente, aumentar o vigor físico e mental”. É uma técnica também bastante usada por atletas para a recuperação de lesões, aumento da capacidade respiratória e ganho de massa magra.
De tudo que costuma estudar e experimentar na prática clínica, Thaísa afirma que nada se compara às modificações que a reposição de oxigênio (“a molécula da vida”) promove na saúde e na vida das pessoas. “A medicina convencional acha impossível reverter um quadro de Alzheimer, por exemplo, mas esta semana mesmo comemoramos na clínica a melhora absurda de uma paciente com a doença e que está sendo tratada com ozonioterapia.”
Ação no corpo
Antes de saber como o ozônio age no nosso organismo, é importante entender a composição desse gás natural existente na natureza. Formado por três moléculas de oxigênio, o ozônio tem um elétron despareado, que, ao entrar no nosso organismo, corre atrás de um par. Por sorte, esse elétron tem atração especial por células em desequilíbrio, geralmente inflamadas e contaminadas por fungos, vírus ou bactérias responsáveis pelo surgimento de várias doenças. “Essa união permite, então, que o ozônio destrua os invasores favorecendo a regeneração das células”, explica a médica, que enumera mais alguns benefícios da ozonioterapia:
. Estimula a produção de ATP, energia mitocondrial, melhorando a qualidade das células, o que, consequentemente, aumenta o nosso nível de energia e disposição.
. Regula o sistema antioxidante.
. Modula o sistema imunológico.
. Melhora o funcionamento dos glóbulos vermelhos e, consequentemente, favorece a circulação sanguínea.
Não basta respirar
A pergunta que não quer calar: respirar não é suficiente para que o oxigênio entre no nosso corpo e as células possam ser regeneradas? Ajuda muito, mas o organismo precisa de reforço para compensar a poluição gerada pelos aerossóis, excesso de gás carbônico, defensivos agrícolas e outras substâncias químicas. “Estudo recentes mostraram que, mesmo no campo e em pequenas cidades, a presença de oxigênio no ar é de no máximo 19% – cerca de 31% a menos que há 300 anos, quando os níveis ficavam entre 45% e 50%”, comenta Thaísa. Nas grandes cidades, o índice é ainda menor, apenas 10%. Agrava também o fato de vivermos a maior parte do tempo sob estresse, sem conseguir respirar direito. “Essa carência de oxigênio acelera o envelhecimento e deixa as pessoas mais suscetíveis a doenças”.
A terapia na prática
Apesar de recomendado para mais de 260 doenças, o sucesso do ozônio é maior em algumas delas. Nessa lista entram as doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, câncer e infecções por vírus (HIV, herpes, hepatites B e C).
A aplicação pode ser feita por vias diferentes: insuflações retal e vesical (bexiga), injeções intra-articular e intramuscular (nesse caso, o ozônio é misturado em uma pequena amostra de sangue do paciente). “Geralmente, são indicadas cerca de 10 aplicações, mas já na primeira, o ozônio ativa em até 440 vezes o funcionamento dos órgãos e sistemas”. Existe ainda o óleo ozonizado, de uso tópico é indicado para tratar acne, inflamações e estimular a produção de colágeno.
É para todo mundo?
A ozonioterapia é um método natural que não oferece riscos à saúde, segundo Thaísa. Mesmo assim não é para todo mundo. O médico deve fazer uma avaliação para saber a real necessidade de o paciente repor oxigênio, além de observar possíveis reações – é raro, mas pode acontecer. Além disso, cada pessoa é diferente da outra e, portanto, o tratamento deve ser individualizado. A médica faz mais um alerta: “A ozonioterapia não é mágica”. Apesar de favorecer a regeneração celular, o organismo precisa estar bem nutrido para substituir as células doentes por outras saudáveis”, finaliza Thaísa. Ou seja, cuidar da alimentação, assim o estilo de vida como um todo, é fundamental. Agora uma última sugestão: caso você esteja pensando em recorrer ao método, pesquise mais sobre o assunto e procure um profissional capacitado e de confiança nos sites da Aboz (Associação Brasileira de Ozionioterapia) e Sobom (Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica).