VENENOS SILENCIOSOS

OS 5 METAIS TÓXICOS MAIS PREJUDICIAIS À SAÚDE

Siga 10 passos para manter distância desses inimigos e se manter sempre bem  


LAÍS MURTA | Aug 24, 2020

Nem todo metal é nocivo à saúde – alguns deles, aliás, são essenciais ao nosso organismo, como fósforo, zinco e ferro (isto é, em quantidades adequadas). Mas vamos falar sobre os metais tóxicos que estamos rotineiramente expostos e que mais causam danos à saúde.

Os mais comuns são:

- Arsênico

- Mercúrio

- Chumbo

- Cádmio

- Alumínio

Venenos silenciosos 

Esses compostos podem ser muitas vezes encontrados em alimentos, água, embalagens, cosméticos e produtos de limpeza. E a exposição a eles já foi associada à hiperatividade e déficit de atenção em crianças, déficit de produção de energia, infertilidade, dificuldade de emagrecimento, anemia e hipotiroidismo, além de maior risco de câncer e  doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

Todos eles apresentam efeito cumulativo. Isso acontece porque o nosso corpo não consegue metabolizar e excretar esses compostos que, então, vão sendo estocados nas células de gordura. A médio e longo prazo, os metais tóxicos passam a agir como verdadeiros venenos silenciosos. Danificam o organismo sem desencadear sintomas, o que pode fazer com que os sinais apareçam só depois da doença instalada.

As principais fontes

Arsênico: presente em concentrações tóxicas em pesticidas, cigarro, algumas fontes de água mineral e no arroz importado da Ásia, é considerado um agente carcinogênico, além de inibir enzimas envolvidas no processo de produção de energia pelas células do nosso corpo.

Mercúrio: proveniente de mercúrio metálico (já foi bastante usado em termômetros e amalgama dentária), sais orgânicos e inorgânicos, sendo esta última fonte a mais perigosa, já que cerca de 90% da quantidade ingerida é absorvida. Atualmente, a forma mais comum de contaminação por mercúrio é pelo consumo elevado de peixes de águas contaminadas. E nada é capaz de remover o mercúrio do pescado, nem mesmo os métodos de cozimento mais vigorosos, como ferver, fritar e assar. Quem come peixe (os flexitarianos consomem uma vez ou outra), é melhor ficar com as espécies menores: camarão, truta, haddock e salmão. Se a opção for atum, prefira o conservado em óleo (aquele vendido em lata). Tem menos mercúrio que o atum fresco. Isso porque o mercúrio é um poluente lipossolúvel – ele migra do peixe para o óleo, que deve ser descartado.

Chumbo: principal agente de contaminação crônica nas áreas urbanas, é encontrado principalmente nos vegetais. Dá para perceber o gosto metálico na boca. Os pais devem ficar atentos também à composição das tintas coloridas, já que muitas marcas têm chumbo, mineral associado ao déficit cognitivo em crianças. Há outras fontes importantes de contaminação: encanamento de água, fertilizantes do solo, alimentos enlatados (quando a lata foi danificada), panelas e utensílios de cerâmica e tinturas de cabelo.

Cádmio: comumente encontrado em regiões industriais, é outro metal extremamente tóxico. A principal forma de contaminação acontece por vias aéreas, e os sintomas dependem de como ocorreu o contato, a dosagem e a duração da exposição. O cádmio pode ser encontrado em desodorantes antitranspirantes e nos alimentos cultivados com agrotóxicos.

Alumínio: presente em panelas de alumínio e outros utensílios de cozinha feitos com o mesmo material. É expelido na cocção especialmente de alimentos com pH ácido (tomate) e, com isso, vai parar facilmente dentro do nosso organismo. Em excesso, pode desencadear hiperatividade e distúrbios de aprendizado em crianças.



Não é metal, mas age como se fosse

Apesar de pertencer ao grupo dos não-metais, o flúor também tem efeito cumulativo e traz prejuízos quando em excesso no organismo, o que não é difícil. Além de presente na maioria dos cremes dentais (previne cáries e quebra do esmalte), é adicionado à água direcionada ao abastecimento público; e, dissolvido na água, sua potencia tóxica aumenta em 20 vezes, o que faz com que passe a ser considerado cancerígeno. Em altas concentrações, o flúor pode ainda provocar degradação genética, atrapalhar a produção de hormônios tireoidianos (principalmente em quem distúrbios na tireoide) e elevar os riscos de depressão e mal de Alzheimer. 

MAIS INIMIGOS

Existem outras substâncias químicas comuns no nosso dia a dia que podem ser tão danosas à saúde quanto os metais tóxicos. As duas apresentadas aqui podem interferir no funcionamento normal do sistema endócrino e, por isso, são chamadas de desreguladoras endócrinas – uma vez que, em contato como o organismo, imitam a ação dos hormônios naturais, alterando a ação ou qualidade deles no corpo. Também são capazes de matar as bactérias benéficas do intestino e provocar processos neurodegenerativos.  

Bisfenol: Substância liberada por recipientes de plástico, especialmente quando submetidas ao calor. Por isso, dê preferência aos potes de vidro refratários na hora de aquecer o alimento. Mamadeiras de plástico também não devem ir ao micro-ondas e nem colocadas em banho-maria.

Glifosato: No Brasil, pelo menos três agrotóxicos derivados desse composto foram liberados só no ano passado. Por isso, a importância de priorizarmos os alimentos orgânicos, sempre que possível. Em regiões agrícolas, a água potável pode apresentar contaminação por glifosato. Sintomas de contaminação: enjoo, diarreia, erupções na pele e depressão. 

10 PASSOS: DESINTOXIQUE SEU ORGANISMO

É essencial levar o processo de desintoxicação de metais pesados a sério. Procure aderir os seguintes hábitos:

1. Evite a exposição aos metais e outras substâncias tóxicas. Comece pela sua alimentação: reduza os itens com mais toxinas, como ovos, leite, carne (evite principalmente o consumo de vísceras). Quem come carne, mesmo que esporadicamente, deve optar por animas criados de maneira ecológica, com respeito ao animal e ao meio ambiente, e alimentados com ração orgânica.

2. Não deixe faltar proteína no prato. É um macronutriente essencial na desintoxicação. Se você não come carne ou outro qualquer outro alimento de origem animal,  opte pelas proteínas das leguminosas e das castanhas e sementes.

3. O consumo de frutas e hortaliças cultivadas sem pesticidas, herbicidas e inseticidas também são importantes no processo de “limpeza” do organismo.

4. Retire os ultraprocessados da sua alimentação. Alimentos que contêm conservantes, corantes (especialmente o amarelo), excesso de açúcar ou adoçantes artificiais estressam os sistemas do corpo e criam mais inflamação, tornando mais difícil a eliminação de toxinas.

5. Consuma água de coco, chás com ação antioxidantes e especiarias que estimulam a produção de enzimas importantes na eliminação das toxinas. Boas escolhas: chá verde, cúrcuma, gengibre, cebola, ginseng e cardo mariano (fitoterápico vendido em cápsulas).

6. Beba sempre água filtrada. Use-a também para cozinhar.

7. Prepare a comida em panelas e potes não tóxicos, que não estejam gastos ou descascados de modo a evitar a liberação de compostos prejudiciais.

8. Limite o consumo de enlatados (observe se a lata não está amassada), evite o uso de garrafas de plástico.

9. Ouça seu corpo e cuida da sua mente. Durma e descanse o suficiente. Procure se livrar dos comportamentos, relacionamentos e pensamentos tóxicos. É efetiva a prática de técnicas de relaxamento como ioga e meditação.

10. Pratique atividade física. É mais do bem-vinda para manter o corpo sem toxinas, culminando no aumento da circulação sanguínea e linfática.

 

*Laís Murta, nutricionista integrativa e ortomolecular, self–coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) e membro do Instituto de Medicina Funcional (IFM) / www.nutricionista@laismurta.ntr.br / @laismurta.