Quando pensamos em incensos, lembramos do aroma que exalam, não é mesmo? Mas, você sabia que além de deixar um cheiro maravilhoso pela casa, incensos feitos a partir de plantas aromáticas também podem ser utilizados para purificar o ambiente. Conversamos com Thiago Conte Longuini, sócio da Inca Aromas - Incensos Naturais e Terapêuticos sobre o processo de produção do incenso mais conhecido da marca, o incenso de 7 ervas e a possibilidade de cultivar essas plantas em casa e obter o mesmo efeito purificador de ambiente.
A Inca Aromas foi a primeira a produzir o incenso de 7 ervas em varetas. Como se dá o processo de fabricação? Quais foram os critérios levados em consideração por vocês para a escolha das ervas?
Thiago Longuini - Quando trabalhamos com a colaboração de mais ervas, a potência da defumação aumenta perceptivelmente.
Na época (em torno do ano de 2006), a Inca produzia apenas 4 aromas de incensos (hoje são 27 aromas), mas continuávamos recorrendo às lojas de artigos esotéricos e de umbanda para comprar os preparados de 7 ervas para um reforço na defumação, quando as energias estavam mais densas e precisávamos de um cuidado mais específico com o ambiente.
Estes preparados de 7 ervas são tradicionalmente usados pelo povo brasileiro desde quando os escravos foram trazidos para cá pelos portugueses.
Foi então que veio a ideia de iniciar um processo de estudo e escolha das ervas com a finalidade de fazer o incenso de 7 ervas.
Como um dos principais valores da Inca é o resgate das formas originais e mais ancestrais, que deram origem aos conhecimentos popularmente usados até os dias de hoje, fomos buscar as receitas destes preparados no continente africano e ficamos especialmente encantados com o aroma de um preparado tradicional de 5 ervas, que são: Mirra, Olíbano, Estoraque, Cabreúva e Benjoim.
Então, importamos uma boa quantidade deste preparado e iniciamos alguns testes em busca de um aroma que fosse macio e agradável, sem perder a sua força e efetividade na limpeza energética.
Para dar o toque brasileiro e a cara dos Incensos Inca chegamos na seleção de mais duas plantas, a Arruda e o Breu-branco (almecega) que passaram a compor as 7 ervas deste incenso único.
Quando o incenso de 7 Ervas foi lançado projetou instantaneamente aquela pequena fábrica de incenso, literalmente instalada no quintal de uma residência, ao conhecimento de uma comunidade de pessoas sensíveis e espiritualizadas que se tornaram clientes fiéis que perduram até hoje.
Quais são as propriedades purificadoras que a junção dessas 7 ervas tem? Separadas, elas também possuem o mesmo efeito?
Thiago Longuini - Estas 7 ervas selecionadas atuam em perfeita harmonia, como tudo na natureza. A arruda, o benjoim e a cabreúva são as três plantas que atuam em contato direto com as energias mais densas e que ajudam a mover o que está estagnado.
Poderíamos dizer que estas são as plantas que atuam em um plano mais telúrico, da terra para o céu.
Já o olíbano, a mirra e o estoraque são plantas espirituais, que trabalham com faixas vibratórias elevadas. São plantas que atraem as boas energias, que conduzem a estados meditativos, acalmam e elevam os pensamentos. Por isso esse incenso é tão incrível, são três plantas que atuam intensamente pela liberação de energias estagnadas e três plantas que atuam na atração e sintonia com boas energias.
E a sétima planta é o breu-branco ou breuzinho, que tem a função da união, que atua nestas duas polaridades do plano energético com tranquilidade, fazendo a ligação entre todos os ingredientes do incenso e ancorando a ancestralidade brasileira neste incenso que também é uma homenagem a mãe divina, mais especificamente a Janaína ou Iemanjá.
Além das 7 ervas encontramos também na receita do incenso de 7 Ervas da Inca Aromas, o Sal Grosso Marinho Moído (em estado bruto), que é um potente neutralizador das energias negativas.
Mais uma vez a natureza misteriosamente nos ensina e nos presenteia com suas combinações perfeitas.
Além da utilização no incenso, se cultivadas em casa, as ervas podem também atingir o mesmo objetivo de purificação do ambiente?
Thiago Longuini - Infelizmente, de todas as ervas que utilizamos, somente a arruda e mirra são mais facilmente cultivadas em casa, todas as outras são extraídas de manejos sustentáveis em ações de extrativismo consciente e depende de um habitat mais específico de floresta para se desenvolver.
Mas os preparados de 7 ervas, não necessariamente precisam ser feitos com essas ervas específicas. Estas foram selecionadas por nós depois de algum estudo e inúmeros testes, mas sem dúvida você pode chegar em uma receita de 7 ervas que tem a ver contigo, com suas afinidades e intenções do seu próprio momento.
Quais ervas facilmente cultivadas em casa, você recomenda para serem utilizadas para limpeza energética?
Thiago Longuini - Algumas plantas são mais fáceis de serem cultivadas em casas: arruda, manjericão, lavanda, guiné, mirra, espada de São Jorge e algumas outras, são plantas de fácil manejo e que se adaptam bem em qualquer clima. Neste caso, estas plantas, além de banhos aromáticos, podem ser usadas para defumação depois de desidratadas.
No caso da defumação, aconselhamos colocar também uma quantidade de resina de breu-branco para cumprir a função de união dos ingredientes e tornar o aroma da fumaça bem agradável.
Uma boa dica: nem toda planta cheirosa quando queimada exala um aroma agradável e, às vezes, uma planta que quase não tem cheiro ou não tem um aroma agradável, quando queimada exala um perfume incrível. Então por isso algumas plantas funcionam bem pra defumação e outras não e você pode fazer seus próprios testes para descobrir as que lhe agradam.
Uma outra dica importante é trabalhar a receita para chegar em um aroma que seja agradável pra você, tanto pro banho quanto pra defumação, é importante estabelecer uma sintonia de quem manipula com o aroma exalado pelo preparado.