A principal bandeira do veganismo, todos sabem, é a preocupação com os animais: os ativistas são incansáveis na luta pelo fim da exploração e dos maus tratos contra esses seres muitas vezes indefesos. Existem também grupos veganos que combinam o cuidado com os animais e o apoio às pessoas economicamente desfavorecidas. Conheça aqui três iniciativas que surgiram com o objetivo de ajudar a quem precisa e, que, neste momento difícil de pandemia, precisam de colaboradores. Há vários outros grupos espalhados pelo país, e um deles pode estar próximo de você: pesquise e saiba como ajudar. Qualquer apoio agora é muito bem-vindo.
Criadora da ONG, Bruna Dias conta que o projeto nasceu em 2015, em São Paulo, sob o nome de Rango Vegano Solidário. Na primeira ação, com o apoio de amigos, conseguiu entregar 80 marmitas veganas para pessoas em situação de rua. Atualmente, conseguem ajudar em média mil pessoas tanto em situação de vulnerabilidade social nas ruas quanto em um centro de acolhida para refugiados.
Em 2017, o projeto se tornou a ONG Veganismo Solidário e, em 2019, se firmou como Colmeia Vegan. “Essa mudança representa mais o trabalho que fazemos: nós e nossos voluntários, somos como abelhas que trabalham pelo bem coletivo”, explica Bruna.
Hoje, além de marmitas veganas, a ONG viabiliza doações de roupas, calçados e ração para os animais das pessoas ajudadas. “A organização tem caráter abolicionista e interseccional. Luta pelos direitos de todos os seres (humanos e não humanos), pelo fim da exploração e do assassinato anual de bilhões de seres que são usados como mercadoria e objetos na alimentação, vestuário e entretenimento humano”.
Foto: Facebook Colmeia Vegan
Ações da ONG:
Rango Vegano Solidário. Preparação e entrega de marmitas veganas (nutricionalmente completas) acompanhadas com água e frutas, além de doação de roupas, calçados, cobertores, itens de higiene e ração para os animais de pessoas socialmente vulneráveis. Essas ações contam com profissionais voluntários que cortam os cabelos e fazem a barba dos atendidos.
Projeto Sementes. O grupo dá aulas gratuitas de yoga e meditação em locais abertos para públicos sem acesso a essas práticas.
Projeto AIA (Ajuda aos Irmãos Animais). Organização de mutirões para limpar, manter e construir espaços em ONGs, abrigos e santuários. O grupo faz campanhas para levantar fundos para a compra de ração e medicamentos. Também trabalham com aplicação de reiki nos animais.
Projeto Papo e Panela Veg. Palestras, bate-papos, contação de histórias e aulas de culinária. Ações feitas em locais diversos, sempre com o veganismo como tema central.
Colmeia em Ação. Ações, nas ruas, em defesa dos direitos violados, de animais e humanos.
Como colaborar
A Colmeia Vegan se mantém com o trabalho voluntário e doações. Para oferecer seu tempo ou outras contribuições, entre em contato diretamente com a ONG a partir das redes Instagram, Facebook ou site.
A startup comercializa refeições 100% vegetais. O que torna a empresa um projeto com impacto social positivo, é o fato de usar apenas ingredientes orgânicos de produção local. Além disso, a comida é preparada por cozinheiras de comunidades de São Paulo, capacitadas pela própria empresa.
Foto: Facebook Dulocal
Ações da startup
Todas as manhãs, uma rede de mulheres-empreendedoras de Paraisópolis prepara, em suas próprias casas, as refeições que serão entregues ao consumidor final, via delivery, na hora do almoço. A startup oferece um prato diferente por dia, no valor de R$ 25.
A comida é feita com os alimentos que o agricultor local tem disponível na horta, na semana. O cardápio é elaborado pela chef executiva Rafita Soldan, também responsável por workshops temáticos mensalmente oferecidos à rede de cozinheiras. Nos cursos, que contam com chefs convidados, as alunas aprendem receitas diferentes e as técnicas culinárias para aprimoramento.
Gerar desperdício mínimo também faz parte da filosofia da duLocal. Por isso, as refeições são entregues em caixinhas de papel certificado FSC®, totalmente recicláveis. Os talheres são feitos de madeira reflorestada.
Como colaborar
"Nosso cliente é o grande motor desse círculo virtuoso", explica Felipe Gasko, fundador e CEO da duLocal. Se você deseja apoiar a iniciativa, basta pedir a refeição. O apoio durante a pandemia tem garantido renda para os agricultores locais e as cozinheiras, que, agora, poderiam estar sem trabalho. Para saber mais como funciona, acesse o site ou o Instagram.
Quem nunca ouviu falar que comida vegana é cara ou que restaurantes veganos são inacessíveis? Para desmistificar essa ideia, três sócios, Carol Caliman, Monica Buava e Guilherme Carvalho, criaram o Pop Vegan Food, em 2017. Até hoje, o restaurante mantém seu propósito: oferecer comida vegana saborosa e acessível.
Foto: Facebook Pop Vegan Food
Localizado na região da Augusta, em São Paulo, o Pop Vegan é restaurante durante o dia e pizzaria à noite. De terça a sábado, o valor da refeição pode variar de R$15 a R$18, dependendo do menu. Já às segundas-feiras, o preço é fixo: apenas R$10. O objetivo é incentivar o projeto Segunda Sem Carne (sugestão: chegue cedo para não pegar fila).
Oferecer comida gostosa e boa qualidade com valor acessível atrai não só o público vegano. Hoje, 80% dos clientes do Pop Vegan não são nem vegetarianos. Mas saem todos satisfeitos, mesmo sem comer carne ou outro item de origem animal – e, assim, o veganismo vai sendo propagado entre as pessoas que trabalham e transitam na região.
Como colaborar
Comer no Pop Vegan (ou pedir delivery) e em outros estabelecimentos que oferecem alimentação 100% vegetal por preços que cabem no bolso da maioria das pessoas, ajuda a mantê-los, além de estimular novas iniciativas. Para saber mais sobre o Pop Vegan Food, acesse o Instagram