ECOFELICIDADE

A UNIÃO FELIZ ENTRE VOCÊ E O MEIO AMBIENTE

Movimento aponta o caminho para o bem-estar, paz interior e felicidade 


Eliane Contreras | Dec 03, 2019

Você pode ser feliz dentro de casa, no aconchego do lar. Mas se sente ecofeliz? O conceito foi criado pela ONG Rede Cidadania, idealizadora do Movimento Ecofelicidade, que tem como objetivo despertar as pessoas para a necessidade de estabelecerem relações saudáveis e equilibradas também com o planeta (nossa grande “casa”) e seus habitantes. Para aprofundar o assunto, a ONG realizou o 1º Congresso Brasileiro de Ecofelicidade no último fim de semana de novembro, na Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos. Especialistas nas áreas da psicologia e do meio ambiente abordaram três pontos de equilíbrio que devemos sustentar na vida para sermos ecofelizes: equilíbrio nas relações estabelecidas com o outro; equilíbrio nas relações com o meio ambiente e, principalmente, equilíbrio nas relações estabelecidas como o próprio eu interior. E mostraram o caminho para alcançarmos cada um deles.    

Equilíbrio no relacionamento com o outro: 

Nos dois primeiros dias do evento, gratidão e empatia foram assuntos que permearam as palestras e discussões. Na opinião do presidente da ONG Rede Cidadania, Alfredo Cordella, a competição acirrada nas áreas profissional e pessoal tem feito muita gente esquecer o próximo. “O Movimento Ecofelicidade surgiu para ajudar as pessoas a romperem esse ciclo e, para isso, pretende incentivar a tolerância e a aceitação dos diferentes – um problema sério no Brasil”, falou Cordella à ATrevista, publicação do jornal A Tribuna. No painel A importância da Comunicação para o Equilíbrio dos Relacionamentos, a psicóloga e mestre em Saúde Coletiva, Aparecida Favoreto, apresentou estratégias da Comunicação Não-Violenta (CNV). Desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, o método aposta no uso da comunicação para resolver conflitos e conectar as pessoas com mais empatia, autenticidade e compaixão. Aparecida afirmou que os bons relacionamentos colaboram para a felicidade. “Eles podem impactar a saúde física e mental, contribuindo com longevidade, bem-estar e motivação para viver”. Mas, o primeiro passo, é buscar o equilíbrio com o nosso eu interior. A partir disso, fica mais fácil olharmos para o outro e entendê-lo melhor.  

Equilíbrio com o meio ambiente:

A reciclagem do lixo, sem dúvida, é imprescindível para a redução dos problemas provocados pelo excesso de resíduos nos aterros e gerar mais empregos. “Quem não separa o que é orgânico (restos de comida) do que é reciclável (plástico, papelão, vidro e metais), talvez não tenha ideia dos benefícios que deixam de gerar. Hoje, no Programa Recicla Santos, estão cadastradas mais de 150 pessoas que tiram o sustento de suas famílias dos resíduos que muitos separam em suas casas”, disse Cordella.  Mas a reciclagem não deve ser apresentada como solução e, sim, como uma das últimas alternativas, segundo o jornalista especializado em meio ambiente Marcus Fernandez, que participou do painel A Sacralização do Meio Ambiente: Uma Estratégia de Sobrevivência. “Antes disso, o consumidor precisa aprender a produzir menos lixo. Ele deve ter certeza de que precisa mesmo adquirir algo ou trocar um utensílio usado por um novo.” 

Equilíbrio com o eu interior:

Considerado importante para a valorização da vida, o equilíbrio interior (ou autoconhecimento) é difícil de ser atingido por quem raramente se olha, se observa, segundo o presidente da ONG. E, sem esse equilíbrio, as pessoas muitas vezes deixam de ver sentido na vida. Nesse caso, o Movimento sugere a  meditação e o poder da presença (principal objetivo do mindfulness) como caminhos para o autoconhecimento – ponto de partida para o equilíbrio com o outro e o planeta. “Enquanto as pessoas não trabalharem o próprio equilíbrio, dificilmente deixarão de existir os grandes desequilíbrios no meio ambiente”, disse Cordella no painel  Valorização da Vida, apresentado no último dia do evento, já com data prevista para a segunda edição.