atividade física e saúde mental

A MENTE PRECISA DE EXERCÍCIO DIÁRIO

Adote esse hábito para prevenir estresse e ansiedade, além de melhorar a memória


A escolha dos alimentos é importantíssima para a saúde mental, mas você também deve praticar atividade física ­– outro cuidado primordial para manter o sistema cognitivo funcionamento de acordo com o esperado (ou até melhor). Mexer o corpo com frequência traz outro benefício para a mente: ameniza estresse crônico, ansiedade e outros estados emocionais que geram insônia, baixa libido, falta de motivação, desânimo e até depressão. Então, antes de chegar a esse ponto, comece logo a se exercitar, mas não vale fazer isso um dia ou outro. Para trazer benefícios efetivos, a atividade física deve ser transformada num hábito diário, como comer, tomar banho e escovar os dentes.

Foto: @clickmonstro

Quem ainda não se convenceu da importância do exercício para a saúde mental, vale muito assistir a live com a nutricionista e preparadora física Andréia Naves, de São Paulo (está salva no IGTV dentro do Instagram @vegmagbrasil). Lá, ela explica que as emoções negativas decorrentes do estresse estimulam o organismo a produzir substâncias pró-inflamatórias que alcançam o cérebro gerando neuro-inflamação principalmente no hipocampo (centro da memória) e no córtex frontal (centro de raciocínio complexo), o que resulta na morte de neurônios. Mesmo nesse estágio e independentemente da idade, a prática de exercício (claro, combinada a uma alimentação anti-inflamatória e a momentos de meditação e relaxamento) continua sendo a melhor medida para amenizar o risco aumentado de doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer. Segundo Andréia, isso é possível porque a dobradinha exercício + alimentação anti-inflamatória promove neuroplasticidade, fenômeno capaz de melhorar as sinapses entre os hormônios ainda existentes no cérebro.

Aprender um novo idioma e fazer palavras cruzadas são estímulos externos que também contribuem para que o cérebro desenvolva neuroplasticidade. Mas o exercício vai além: promove a neurogênese no hipocampo (crescimento de novos neurônios). Nesse caso, as modalidades físicas mais indicadas são as de intensidade mais alta com trabalho resistido do músculo como musculação, exercícios funcionais e treinos intermitentes intervalados. “Eles trabalham os músculos e, consequentemente, melhoram muito as funções cerebrais”, afirma Andréia.

Qual a relação entre exercício, músculo e saúde mental? 

“No esqueleto muscular é produzida uma substância chamada BDNF (fator de crescimento neuronal), que, por sua vez, estimula a produção de neurotrofina quando os músculos estão sendo exercitados. E a neurotrofia é a substância que estimula a neuroplasticidade. Daí a importância de evitarmos a perda de massa muscular a medida que envelhecemos.” Como conseguir isso, você já sabe: fazendo exercício! 

Se você prefere correr, nadar ou pedalar, também vale (e muito!). “O exercício aeróbio também promove dilatação muscular capaz de estimular a produção de BDNF. Também ocorre uma vasodilatação no cérebro e uma oxigenação diferenciada, o que faz com que o órgão tenha mais nutrientes para as células que alimentam os neurônios.” Conclusão: apesar de atuarem por vias diferentes, tanto os exercícios de intensidade resistida e de força (musculação) quanto os aeróbicos (corrida, natação) melhoram a saúde mental. 

Se exercite pouco, mas todos os dias 

Mas, independentemente do tipo de atividade física, a frequência deve ser diária. É claro que fazer exercício apenas alguns dias da semana é melhor que nada, mas os benefícios para o cérebro são mais efetivos quando existe regularidade. “Minha recomendação é que as pessoas se exercitem todos os dias por menos tempo do que o contrário: por muitas horas, só duas ou três vezes por semana”, finaliza Andréia. Lembre: o exercício tem que ser um hábito diário, principalmente se você tem como objetivo viver muito, com o corpo e a mente saudáveis.