7 ERROS COMUNS NA HORA DE MEDITAR

PROFESSOR DE MINDFUL-EATING E AUTOCOMPAIXÃO JOÃO MOTARELLI* ENSINA COMO EVITÁ-LOS

Redação | Dec 01, 2023

  

Você se inclui na lista de pessoas que juram não conseguir meditar? Meu conselho é não desistir. Motivos para isso não faltam: várias pesquisas científicas comprovam que a meditação melhora o foco, reduz o estresse e a ansiedade, equilibra as emoções, poupa o coração, controla a pressão e aumenta a imunidade, além de vários outros benefícios, melhorando o funcionamento do organismo todo.

Outra dica: não espere ter todas as condições que julga ideais para meditar – isso pode afastar você da prática. Qualquer experiência, aliás, é válida, especialmente quando existe a intenção de se adotar a meditação como hábito diário. O que você pode fazer para facilitar o processo, e obter os efeitos terapêuticos da técnica, é tentar evitar alguns erros comuns, como os que aponto aqui: 

1. Tentar esvaziar a mente. Entender que a mente foi feita para pensar e que nós não temos como desligar esse comando, é importante para você não se frustrar com os pensamentos que surgem na sua mente durante a prática.

2. Forçar uma experiência. Em determinadas situações, a prática pode nos colocar em contato com sentimentos e sensações de desconforto. Então não crie a expectativa de que a meditação sempre vai trazer bem-estar e relaxamento, embora isso aconteça na maioria das vezes.

3. Brigar com sua experiência. Meditar inclui você lidar com o conteúdo que emerge durante a prática e não com o teor do conteúdo em si. É um exercício de consciência que deve ser executado com gentileza e curiosidade, mas, caso escolha “brigar” com sua mente, você se distancia do objetivo de relaxar, alimentando mais estresse e ansiedade. Aliás, tudo a que você resiste, insiste.

4. Se entregar às distrações. Ruídos externos, sensações, pensamentos, inquietude, coceira na ponta do nariz e outros diferentes tipos de distração costumam testar nossa capacidade de concentração. O segredo é não se deixar abalar, apenas traga de volta a atenção para sua respiração (perceba o ar entrando, o ar saindo), por exemplo. Faça isso quantas vezes for necessário, sempre gentilmente. Grande parte dos benefícios são advindos dessa habilidade de regular a atenção enquanto você medita.

5. Não ter rotina. Meditar cada dia num horário diferente, é melhor do que não meditar. Então não se preocupe em realizar a prática sempre na mesma hora e, quando não tiver 30 minutos disponíveis, medite por menos tempo, mas medite, nem que seja por 3 minutos. O importante é que a meditação esteja na sua rotina como mais uma das suas atividades diárias essenciais, como comer, se exercitar e trabalhar.

6. Ser inflexível. Estabelecer muitas regras para meditar (horário do dia, tempo de duração e local) pode inviabilizar a prática. Quando há a intenção de presença, momento a momento, você pode meditar enquanto come, toma banho, dirige ou caminha e, mesmo assim, obter benefícios equivalentes aos das práticas formais, sentada(o), de olhos fechados e guiada(o) com áudio de meditação.

7. Reagir ao invés de agir. É comum julgarmos os pensamentos que surgem aleatoriamente durante a meditação. Faça diferente: apenas observe-os. Quando nos conscientizamos de que sentimentos e emoções são fenômenos mentais transitórios, evitando reagir inconscientemente a eles, podemos direcionar mais assertivamente nosso comportamento.

FOTO ABERTURA: PEXEL 

 


*João Motarelli é nutricionista, professor de Mindul Eating e Autocompaixão e Fundador do Instituto Consciência Alimentar. 

@joaomotarelli_
@institutoconsciencia.alimentar