Desperdiçar alimento é uma prática que não cabe no mundo sustentável que tanto buscamos. Portanto calcule melhor as quantidades antes de ir às compras, armazene da maneira correta e, se mesmo assim, achar que vai sobrar comida na geladeira, faça um pré-preparo e congele. Só não coma um alimento que já começou a mofar. Mesmo que você retire a parte estragada, o que sobra também está contaminado por fungos. E fungos fazem mal à saúde: eles produzem toxinas que, dentro do nosso corpo, podem desencadear a chamada síndrome fúngica – um quadro de disbiose intestinal em que os fungos no nosso organismo estão em quantidade maior do que o normal, geralmente instalados nas regiões öcas"do corpo, como cavidades sinusoides da face e intestinos. Apesar de ficarem no intestino, eles impactam o corpo todo, já que as toxinas produzidas por eles circulam e disparam reações inflamatórias, minando inclusive a imunidade.
Permanecer em um ambiente com mofo também não é recomendado, pois existe o risco de os esporos e os gases nocivos, produzidos por esses microrganismos, serem inalados. Caso o sistema de eliminação de toxinas do organismo já esteja sobrecarregado e o sistema imunológico não consiga produzir anticorpos suficientes para eliminar essas substâncias, pode surgir disfunção imunológica, inflamações crônicas, alergias, distúrbios gastrointestinais, alterações cognitivas e neurológicas, que são associados à síndrome fúngica. A candidíase também pode estar relacionada à síndrome fúngica, ou não.
Suspenda os alimentos fonte de fungo
Presentes naturalmente na superfície da nossa pele e no trato digestivo, os fungos da Candida albican geralmente são inofensivos, mas, em excesso, causam a candidíase, chatice que as mulheres conhecem bem. Os sintomas são coceira nas partes íntimas, ardor e corrimento esbranquiçado. Calor, resistência baixa e a presença de outros fungos fazem a alegria da candida. Portanto, uma maneira de controlar o quadro, assim como todos os outros distúrbios associados à síndrome fúngica, é suspender no período da crise os alimentos que são naturalmente fonte de fungos. São eles:
*Cogumelos
*Queijos maturados, com fungos (tipo gorgonzola)
*Vinagre
*Vinho tinto
*Cerveja
*Kombucha
*Levedura nutricional
*Massas e pães feitos com fermento biológico ou fermento natural
*Alimentos industrializados e embutidos (requeijão, gelatina, biscoitos)
*Carne vermelha
*Laticínios e gordura animal (manteiga, banha)
*Açúcar
Invista em alimentos detox
Durante a crise de candidíase, outra estratégia é focar em uma alimentação anti-inflamatória, além de caprichar em opções que estimulam o sistema de eliminação de toxinas. Inclua no cardápio:
*Antifúngicos naturais e ervas: alho, cebola, óleo de coco, tomilho e alecrim.
*Alimentos ricos em glutationa: abacate, espinafre, aspargos e quiabo.
*Gorduras saudáveis (anti-inflamatórias): azeite de oliva, óleo de abacate e amêndoa.
*Quantidades moderadas de legumes ricos em amido: batata, mandioca, mandioquinha, inhame.
*Frutas com baixo teor de açúcares.
*Alimentos orgânicos, mas evite frutas e vegetais muito maduros que possam estar mofados.
Mais motivos para cuidar da alimentação
O excesso de açúcar e carboidratos simples (massas e pães refinados) promove a adesão dos fungos aos tecidos e alteram o pH vaginal, o que deixa a região mais suscetível a infecções como a candidíase. A Candida albican é normalmente presente na nossa flora intestinal, mas pode crescer de forma descontrolada quando há desequilíbrio da flora intestinal (disbiose intestinal), sendo necessário o uso de estratégias nutricionais capazes de atuar na diminuição da proliferação do fungo. Significa que a candidíase, assim como a síndrome fúngica, pode ser prevenida e tratada com algumas medidas de controle da alimentação. ⠀
O uso de medicamentos controla os sintomas na fase aguda da doença, porém, se a causa não for tratada, a recorrência pode ser cada vez mais frequente e levar a complicações sérias, como a infertilidade, no caso da candidíase. O tratamento requer mudanças alimentares e de estilo de vida. A suplementação individualizada com foco no equilíbrio intestinal e a eliminação do fungo com o uso de fitoterápicos e probióticos pode ser uma abordagem eficiente.
Relaxar também é importante
Hábitos de vida saudáveis, boas noites de sono, atividade física também são importantes para manter a resistência alta e os fungos sob controle. Faça ainda práticas que incluem exercícios de respiração, como yoga e meditação.
*Laís Murta é nutricionista especializada em nutrição funcional.