Consciente da importância de seguir uma alimentação saudável, focada nos vegetais e livre de aditivos químicos, muita gente tenta superar o hábito de beber refrigerante, mas a empreitada exige esforço — não é fácil esquecer da sensação de frescor proporcionada pelas bolhinhas e, muito menos, do gosto adocicado da bebida. Não é delírio!
“Usado em grande quantidade para conservar o refrigerante e realçar o sabor, o açúcar estimula o centro de prazer do cérebro”, explica a nutricionista Maria Fernanda Cortez, da Nutri & Consult, em São Paulo.
Quando entra em contato com as nossas papilas gustativas, o gás tem o mesmo efeito do açúcar — dá prazer e, com isso, faz com que a vontade de repetir a dose aumente mais e mais, criando um ciclo vicioso. É por isso que, mesmo sabendo dos malefícios (o refrigerante agrava a perda óssea, aumenta a acidez do organismo e engorda), os apaixonados pela bebida se sentem seduzidos até pelo estalo da latinha sendo aberta (tisss…). A saída então seria trocar pelo diet ou light? “São versões com mais sódio e adoçantes artificiais que, assim como o açúcar, estimulam o vício”, alerta a nutricionista. Mas, se você faz parte da turma dos #refrilovers, não desista! As estratégias sugeridas pela nutricionista ajudam a mudar o paladar e, com isso, você consegue reservar o refrigerante apenas para situações esporádicas, como um festa de aniversário ou, quem sabe, deixar ele de lado de vez.
DEVAGAR PARA IR LONGE
Faça um cálculo de quantos mililitros da bebida você costuma ingerir em uma semana e estipule quantidades cada vez menores daqui para frente. Mas vá devagar: ninguém muda um hábito da noite para o dia. Se você consome 1 litro e meio em sete dias, diminua para 1 litro, depois 600 mililitros, 400, 200… até zerar.
ÁGUA COM GÁS
Você sente falta das bolhinhas? Tome água com gás acompanhada de limão espremido — é uma das estratégias mais eficientes, segundo Maria Fernanda. Mas, assim que possível, adote a água normal, pois a versão com gás, gaseificada artificialmente, tem pH baixo, o que acidifica o organismo e abre portas para processos inflamatórios responsáveis por uma série de doenças.
LEI SECA
Durante as refeições não é bom beber nem água, que dirá refrigerante. Então evite ao máximo ter a bebida na despensa ou geladeira de casa. Além disso, não coloque copo na mesa para reduzir o risco de você lembrar dos goles na bebida gasosa entre uma garfada e outra.
GOLES GRANDES… DE ÁGUA NATURAL
Não espere a sede chegar. Quando mantém o corpo hidratado, você consegue resistir mais ao refrigerante. Então coloque em prática a recomendação de 10 entre 10 nutricionistas de carregar uma garrafinha (retornável!) de água natural a tiracolo, especialmente nos dias mais quentes.
FEITO EM CASA
Quem não abre mão de uma bebida adocicada pode saborizar a água com frutas (pedaços de abacaxi, rodelas de laranja, morangos inteiros), ervas frescas (hortelã, manjericão, erva-cidreira) e especiarias (gengibre, cardamomo, canela em pau). É importante fazer as misturas com antecedência, cerca de 2 horas antes do consumo, para que as frutas e ervas liberem os sabores na água, de preferência sem gás. Outra opção é fazer uma infusão ou um chá sem açúcar e beber geladinho!
BONS SUBSTITUTOS
Refrigerante orgânico: geralmente feito com açúcar demerara e frutas naturais, é considerado mais saudável que a versão tradicional. Mas, nem por isso, a quantidade é liberada.
Kombucha: lembra refri por causa das bolhinhas refrescantes, mas é infinitamente mais saudável. Na verdade, a bebida não merece essa comparação. À base de chá verde fermentado por uma cultura de bactérias com potencial probiótico (melhoraram a saúde do intestino), a kombucha é gaseificada naturalmente e tem pouquíssimo açúcar, além de ser saborizada com frutas frescas e especiarias com ação antioxidante e anti-inflamatória. Bom, né!?