A pandemia provocada pelo novo coronavírus desencadeou uma busca das pessoas por alimentos e substâncias com o potencial de fortalecer o sistema imunológico; a própolis é uma delas. Porém, antes de saber sobre as propriedades fantásticas dessa resina extraída das plantas e enriquecidas pelas abelhas, um aviso importante: a própolis não combate o agente causador da Covid-19, mas não deixa de ser um superingrediente, já que funciona como um antibiótico natural.
Em um estudo feito em 2014, pesquisadores brasileiros comprovaram que, graças aos compostos fenólicos, a própolis (eles avaliaram uma própolis orgânica) tem grande poder antioxidante, antifúngico e antibacteriano. Ou seja, é um alimento que tem o poder de:
.Fortalecer o sistema imunológico
.Aliviar dores de garganta
.Amenizar os sintomas da gripe e alergias respiratórias
.Prevenir doenças bucais como herpes e gengivite
.Acelerar a cicatrização da pele
Atividade protetora
A ação antimicrobiana da própolis já era empiricamente conhecida pelos egípcios, que a utilizavam no processo de embalsamamento com o objetivo de proteger as múmias do ataque de fungos e bactérias. Também há relatos de que, na Idade Média, a própolis era aplicada no cordão umbilical dos recém-nascidos para prevenir infecções; e, na Segunda Guerra, como agente cicatrizante e antimicrobiano no tratamento dos soldados feridos.
De onde vem
Coletada em brotos, folhas e caules das plantas, a própolis é uma resina utilizada pelas abelhas para vedar a colmeia e evitar a entrada de luz, vento e chuva, mantendo o ambiente numa condição térmica adequada. Além disso, protege a atmosfera interna de bactérias, vírus e fungos.
Assim como a cor, o sabor e a consistência dependem da planta da qual a resina foi retirada e da espécie da abelha que produziu a própolis. A versão encontrada à venda é o extrato feito a partir da própolis – mesmo assim, os veganos acham uma agressão às abelhas e, por isso, preferem não consumir.
No Brasil há vários tipos de própolis, mas apenas três extratos são encontrados:
Própolis preto (ou marrom). É a mais fácil de ser encontrada em farmácias. Apresenta ação antioxidante e pode ser usada para tratar gripes, resfriados, dores de garganta, machucados, afta e problemas nas gengivas (gengivite).
Própolis verde. Regula o sistema imunológico e é a mais indicada para o combate bactérias e fungos.
Própolis vermelha. É a mais difícil de ser encontrada no mercado. Tem ação anti-inflamatória e repara estragos causados por micróbios.
Modo de usar
Dilua de 15 a 20 gotas do extrato de própolis na água (ou outro líquido). A medida é considerada suficiente para combater processos inflamatórios e fortalecer o sistema imune. Faça isso por um período curto ou alterne sete dias com própolis e outras três semanas sem (melhor ainda: siga a orientação do seu médico ou nutricionista). O uso contínuo e excessivo pode fazer com que o organismo se acostume aos agentes protetores e a própolis deixe de surtir os efeitos esperados. Outra recomendação importante: leia o rótulo e verifique o selo das agências regulatórias, caso da Anvisa e do Ministério da Agricultura.
SHOT IMUNIDADE COM PRÓPOLIS
A nutricionista Laís Murta, de São Paulo, costuma indicar a própolis num shot matinal (beba ainda em jejum) com as seguintes finalidades: combater processos anti-inflamatórios, estimular a secreção de enzimas digestivas (prepara o organismo para receber as refeições ao longo do dia) e ajudar na eliminação de toxinas. Acompanhe a receita:
Ingredientes
*20 gotas de extrato própolis (meio alcoólico para adultos e em água para crianças ou para quem não consome álcool)
*Gotas de limão
*1 colher (chá) de cúrcuma em pó (ou de sumo)
*1 pitada de pimenta caiena (para quem não tem gastrite
Sugestão: use um canudo (reutilizável) para consumir o shot e evitar que o limão e a cúrcuma prejudiquem o esmalte dos dentes.