As plantações de hortaliças costumam fazer a gente visualizar imensidões de terra onde são cultivados vários corredores de canteiros, geralmente em cidades distantes dos centros urbanos. A Pink Farms revolucionou essa imagem e encurtou a distância entre o plantio e o consumidor. Dentro de um galpão localizado na Marginal Tietê, zona oeste de São Paulo, a startup fez brotar uma fazenda vertical, negócio inusitado nas grandes cidades.
São oito andares de hortaliças cultivadas em prateleiras para economizar espaço. Alí, elas são plantadas, tratadas e adubadas até a colheita. As espécies ainda não são muito variadas. "Por enquanto, produzimos alfaces a microgreens (brotos)", explica um dos sócios-fundador Rafael Delalibera. Mas a ideia é diversificar o portfólio em breve e expandir o negócio para outras capitais.
Sucesso sustentável
O entusiasmo de Rafael e dos outros dois sócios, seu irmão Mateus Delalibera e Geraldo Maia, os três engenheiros, é compreensível. Pioneira na América Latina, a empresa, inaugurada em 2019, trouxe o alimento para perto do consumidor com muito menos desperdício e uso eficaz dos recursos naturais, ou seja, de forma bem mais sustentável. “Todo o processo produtivo é feito dentro de um ambiente isolado ou indoor, com tratamento de água e ar”, explica o empreendedor. A economia de água chega a 95% e, a capacidade para semear e colher, é maior que nas fazendas.
Plantação rosa
A nutrição das plantas acontece de forma manipulada por uma iluminação que imita a luz solar e que, graças à tecnologia de luzes LED, deixa o ambiente rosa. Daí o nome Pink Farms. A redução no custo de transporte é outro diferencial. Além disso, os produtos já saem do galpão embalados, frescos e prontos para o consumo, o que permite um trajeto e manuseio muito menor comparado aos convencionais.
Cultivo sem agrotóxicos
A higiene é rigorosa, do começo ao fim do processo. “Entramos na sala das hortas com roupas específicas, assim as verduras não sofrem contaminação e o uso de agrotóxicos é dispensável.” Apesar da produção totalmente livre de aditivos químicos, as alfaces e brotos da Pink Farms não recebem o selo de orgânico, certificação liberada apenas para os produtos colhidos no campo a céu aberto.
Planos de expansão
Atualmente, a fazenda urbana produz sete tipos diferentes de alface (roxa, lisa, crespa, frisèe e frisèe roxa, mimosa e mimosa roxa), e sete de microgreens (alho-poró, rúcula, rabanete, cenoura, repolho roxo, couve e mostarda). Em breve, rúcula, acelga, espinafre e manjericão também farão parte do portfólio, assim como tomate e morango. Os planos dos proprietários incluem aumentar a capacidade atual de produção e levar o empreendimento para outras cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. E, com isso, consolidar a empresa como a maior produtora de folhosas da América Latina.
Pontos de venda
Em São Paulo, a Pink Farms já marca presença em diversos endereços de varejo e food services, como o supermercado Mambo, os Hortifrútis Oba (lá, os produtos ganharam exposição em um espaço que simula os LEDs rosa característicos da produção) e Imigrantes, Natural da Terra, Quitanda, Hortisabor, centro gastronômico Eataly, Mediterrain Padaria Artesanal, Empórios HortiSabor e Terra Madre, Suplicy Café, Tea Connection, Plant Made, entre outros.