Quando o assunto são verduras, especialmente as verde-escuras, a clorofila — pigmento responsável pela cor verde das plantas — ganha em concentração de qualquer outro fitoquímico presente na composição. E é justamente a alta quantidade contida numa única folha ou talo que garante à substância ações antioxidante e anti-inflamatória tão poderosas. Mas, de acordo com um estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, publicado na Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, a clorofila ainda foi pouco estudada (sério!) e, por isso, pode surpreender a todos com muitos outros mecanismos de ação, além de revelar mais benefícios. Também é cedo para afirmar que ela pode curar ou prevenir câncer, como já divulgado em alguns artigos. De qualquer maneira, não abandone a salada e nem o suco verde.
Só de saber que a clorofila reduz o envelhecimento precoce, contribui para o fortalecimento e a proteção das nossas células de defesa, além de ajudar na faxina das toxinas, já vale o suco à base de folhas verdes de todos os dias — sim, todos os dias. O consumo regular é importante para garantir os efeitos positivos da clorofila. E o suco preparado com couve, espinafre, rúcula ou outra folha fresca (é bom variar!), resulta numa dose reforçada do pigmento.
Saiba outras estratégias, sugeridas pela nutricionista e fitoterapeuta Vanderli Marchiori, de São Paulo, para que você possa aproveitar melhor essa substância presente também nos legumes, especialmente os verdes (pimentão, pepino), nas frutas e nas algas. Ah, nas plantas, a clorofila ainda tem a função vital de absorver luz para que ocorra fotossíntese, processo que permite os vegetais produzirem seu próprio alimento. Percebeu o poder!?
1. Beba o suco verde logo após o preparo. Depois das folhas trituradas, a clorofila é transformada em clorofilina (ou fitol) — uma versão até mais fácil de ser absorvida, mas facilmente degradada quando exposta à luz, o que faz com que oxide e tenha os efeitos positivos anulados.
2. Consuma as folhas e legumes in natura ou cozinhe-os rapidamente. O calor também prejudica as moléculas da clorofila e você pode acabar perdendo parte dos benefícios.
3. Aposte especialmente em boas fontes de clorofila: couve, espinafre, agrião, rúcula, alface, escarola, broto de alfafa, grama de trigo, spirulina e chlorella (alga de água doce encontrada em capsulas).
4. Não espere muito tempo para comer as verduras armazenadas na geladeira. O ideal é consumi-las em poucos dias depois da colheita — isto é, se você não quiser perder a clorofila.
5. Mastigue, mastigue, mastigue. É importante triturar muito bem os alimentos na boca e, consequentemente, quebrar as moléculas da clorofila para facilitar a absorção. Mesmo assim, apenas 15% do volume consumido da substância “verde” é absorvido pelo nosso organismo.
6. Cuide da alimentação em geral. O intestino é o responsável pela absorção da clorofila, mas isso só é possível se ele estiver saudável.
7. Observe o rótulo de sorvetes, queijos, biscoitos… A indústria já usa a clorofila como corante, que, além de natural, oferece a vantagem extra de conferir ação antioxidante aos alimentos.
CUIDADO: METAL PESADO
As algas são riquíssimas em clorofila, até mais que as verduras e os legumes, mas atenção: “A maioria delas está contaminada por metais pesados”, alerta Vanderli Marchiori. Por isso, se você optar por essa fonte do pigmento verde, é importante investigar a procedência da alga. Hoje existem marcas com laudo de isenção de contaminação — observe no rótulo.