A OMS preconiza a amamentação exclusiva até os seis meses de idade. Após essa idade, começa a introdução alimentar, mas a criança pode (e deve) continuar recebendo o leite materno até 2 anos ou mais. Porém, desde o nascimento do filho, muitas dúvidas surgem para as mães vegetarianas. “Preciso de suplementação de algum nutriente ou vitamina?”; “quais os alimentos devo consumir para proporcionar o aleitamento ideal para o meu filho?” são algumas das questões que fazem parte da busca pela melhor alimentação para o bebê.

Essas preocupações não são à toa: o leite materno é o alimento mais completo para o bebê, que fica protegido de doenças infecciosas como pneumonia, diarreia e otite. Além disso, amamentar favorece o vínculo entre mãe e filho, segundo Roberto Issler, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Isso sem contar os benefícios para a mãe, já que aquelas que amamentam correm menor risco de desenvolver câncer de mama e diabetes tipo 2. A amamentação, portanto, oferece segurança para o desenvolvimento do bebê e previne a mãe de futuros problemas. Mas isso depende de uma alimentação variada, colorida, com produtos frescos e saudáveis.

A importância de uma alimentação correta nessa fase, além da saúde da mãe, está ligada à necessidade de prover ao bebê todos os nutrientes que ele precisa. Isso não significa que uma mãe vegetariana precisa comer carne para suprir o filho com proteína ou ferro, por exemplo, como muitos ainda acreditam. O principal é ter uma dieta equilibrada e rica em todos os nutrientes essenciais e, segundo Issler, com um valor calórico de no mínimo 1800 calorias por dia. “A alimentação vegetariana e vegana é compatível com todas as fases da vida, de acordo com a declaração da American Dietetic Association (ADA)”, complementa a nutricionista carioca Luna Azevedo, que acaba de criar um curso online de alimentação vegetariana/vegana (www.veggieforlove.com.br).

Obviamente que alguns cuidados no cardápio da mãe devem ser mantidos. Podemos começar pela proteína vegetal: uma dieta que inclua grãos integrais como trigo, centeio e arroz é importante. Cereais fortificados com ferro e zinco também entram nessa lista. Porém, a maior atenção vai para a suplementação de B12, que pode ser essencial principalmente pela falta de consumo de produtos de origem animal – não que uma pessoa onívora também não possa apresentar carência dessa vitamina. O ideal é que a dosagem seja recomendada por um médico apto para descobrir a real necessidade de suplementos.

Além desses cuidados básicos, Roberto Issler indica o consumo adequado de alguns micronutrientes, como tiamina, riboflavina (também chamada de B2), vitaminas A e B6 e selênio. Confira abaixo as principais fontes desses nutrientes:

Vale ainda ressaltar que, independentemente da escolha alimentar de cada mulher, os cuidados a serem tomados com a nutrição é sempre imprescindível para manter a saúde em dia.

No fim das contas, as preocupações com a alimentação de uma mãe vegetariana não são tão diferentes das de uma mãe onívora em relação ao bebê que acabou de nascer. Dar a devida atenção para a alimentação deve ser, afinal, uma constante em nossas vidas, independentemente da escolha da linha alimentar.