Popular em países da Ásia, o edamame não é muito consumido por aqui, mas é só uma questão de tempo. Aos poucos, os brasileiros estão descobrindo o sabor agradável e a versatilidade do grão na cozinha (não precisa ser usado apenas na culinária japonesa). Além disso, é um alimento que oferece muitos nutrientes.
É TÃO NUTRITIVO ASSIM?
Vagem da soja colhida ainda verde, o edamame concentra os mesmos nutrientes do grão seco: carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas, minerais e isoflavonas. Segundo a nutricionista e naturopata Brigitte Olichon, de São Paulo, o valor nutricional do edamame é ainda mais interessante:
“Colhido ainda verde, o edamame supera a soja seca no aporte de vitaminas A, C e as do complexo B, potássio, fósforo e cálcio. É realmente um alimento muito nutritivo.”
Outro nutriente de destaque é a proteína: 12 g em 100 g de edamame. A mesma quantidade do grão verde ainda tem uma boa dose de gordura (7 g), fibras (15 g) e energia (cerca de 120 calorias), além de luteína, um potente antioxidante da família dos carotenoides.
“É uma composição nutricional que faz do edamame um superalimento, capaz de manter o organismo limpo e equilibrado, além contribuir para o controle do colesterol e na prevenção de tumores, aterosclerose e doenças cardiovasculares. Ajuda a minimizar os sintomas desagradáveis do climatério e da menopausa. Dá saciedade facilitando o emagrecimento, evita a retenção de líquido diminuindo inchaço e melhora o metabolismo e o sistema imunológico deixando o organismo mais resistência a doenças. Mais: protege os olhos sobretudo das agressões provocadas pelo excesso de luz solar”
Sabendo do valor nutricional do edamame, algumas marcas de alimentos utilizam o grão verde na composição dos seus produtos – é o caso da Kalena Foods, que produz hambúrguer e kibe vegetais. Sócio-diretor da marca, Eilon Schreiber conta que o ingrediente foi escolhido por conta do sabor, textura e nutrientes. “Duas das razões para a falta de popularidade do edamame no Brasil é o preço elevado e o fato de algumas pessoas ainda associarem o alimento à culinária japonesa”, diz Eilon. Por muito tempo, o empresário encontrou fortes barreiras ao tentar incluir o edamame no cardápio de bares e restaurantes, mas esse cenário está mudando.
“O público está começando a entender que o edamame é um alimento gostoso, rico em nutrientes e fácil de preparar. O grão pode ser usado em saladas, hambúrgueres e kibes vegetais ou, ainda, servido na vagem como opção de aperitivo, lanche intermediário ou pré-treino.”
ATENÇÃO AO CONSUMO
Apesar de todas as qualidades e benefícios, o edamame, deve ser evitado ou consumido com cautela por mulheres que têm histórico pessoal ou familiar de câncer de mama. Isso por causa das isoflavonas, fito-hormônios não recomendados para esse público. “Também deve ser evitado por quem tem alergia aos componentes da soja seca ou apresenta alterações na tireoide”, alerta Brigitte Olichon. Não é seu caso? Então aproveite todos os benefícios do edamame, mas escolha uma opção não transgênica – um belo desafio aqui no Brasil, onde a maior parte do grão cultivado é geneticamente modificado; o mesmo acontece nos Estados Unidos. O edamame importado do Japão não costuma oferecer esse risco – vale pesquisar, apesar do preço mais elevado.
MUITAS FORMAS DE PREPARO
Você não gosta de soja? O sabor do edamame é bem diferente e agradável, além de mais adequado para o consumo humano e bem versátil. Pode ser preparado de diversas maneiras: assado, como o amendoim, frito ou adicionado a ensopados, sopas, saladas, patês e homus. Cozinhe o edamame na vagem e, depois, consuma apenas os grãos.
Receita original do Japão: limpe as vagens, tempere com um punhado de sal e, em seguida, lave e escorra. Coloque em uma frigideira tampada em fogo baixo e cozinhe por cerca de 3 minutos, até evaporar toda a água. Acrescente mais um pouco de água, mexa, tampe e cozinhe por mais 3 minutos. Repita o processo até o térmico do cozimento ou você achar que está no ponto adequado.
Edamame congelado: despeje o pacote em uma panela com água fervente. Cozinhe até as vagens começarem a boiar (cerca de 3 minutos). Escorra, transfera para outro recipiente e tempere com sal, pimenta-do-reino e azeite a gosto. Como consumir: morda a ponta da vagem e esprema para que o grão "pule". Outra opção é preparar um molho e mergulhar as vagens cozidas antes de servir.
