Das três raízes que vamos falar aqui, a mais popular é o gengibre, seguido da cúrcuma. Ambas são bastante usadas para acrescentar sabor e cor em diferentes preparações culinárias, mas também têm importantes propriedades terapêuticas. Assim como o ginseng, elas apresentam ações antioxidantes, anti-inflamatórias e anti-câncer. Saiba o que mais elas têm em comum, as particularidades de cada uma delas e como incluí-las na sua alimentação ou farmácia natural. 

GENGIBRE (Zingiber officinale). Potente antioxidante e anti-inflamatório (inibe a COX2, mesma enzima em que atuam os medicamentos anti-inflamatórios), a raiz picante ainda tem ação termogênica (aumenta o número de mitocôndrias, departamento das células responsável pela queima de gordura), favorece a digestão e minimiza enjoos e vômitos inclusive em gestantes.  

Seu principal componente ativo é o gingerol, mas o gengibre tem mais de 400 componentes bioativos descongestionantes, expectorantes, digestivos e tônicos. 

O gengibre tem outros efeitos terapêuticos:

*ajuda o organismo a eliminar o excesso de toxinas 

*diminui os níveis de lipídios (gordura) no sangue

*previne obesidade e diabetes tipo 2

*protege as paredes do intestino reduzindo o risco de doenças inflamatórias, além de auxiliar contra doenças infecciosas bacterianas, fúngicas e virais.

*favorece o sistema imune

*ameniza as dores ocasionadas por osteoartrite

*reduz o risco de doenças cardiovasculares

*diminui o risco de alguns tipos de câncer, como o de mama, cervical, próstata e colorretal

*contribui para o manejo e prevenção de doenças neurodegenerativas, já que apresenta atividade anti-neuroinflamatória

São benefícios que podem ser obtidos com o consumo frequente do gengibre fresco ou desidratado, em refogados, sopas, sucos e até na água. Atenção: hipertensos devem consumir a raiz com cautela – assim como existem estudos mostrando que controla a pressão arterial, outros estudos afirmam que é uma especiaria que eleva a pressão. 

Evite associar o consumo com anti-coagulantes e hipoglicemiantes, além de não exagerar na dose, já que, em excesso, o gengibre pode provocar enjoo (em vez de evitar esse desconforto) e ansiedade. 

No caso de optar pelo extrato concentrado, geralmente manipulado em cápsula, consulte um nutricionista ou médico especializado em fitoterapia.

CÚRCUMA (CURCUMA LONGA). Também conhecida como açafrão-da-terra, é uma planta da família do gengibre, com destaque tanto na culinária quanto na medicina – além de antioxidante, anti-inflamatória e a mais poderosa na prevenção de câncer. Tem ainda ações antimutagênicas e antimicrobianas. Porém, para que você possa obter esses benefícios, consuma a cúrcuma combinada com pimenta-do-reino (ou outra pimenta preta) – a piperina é importante para aumentar a biodisponibilidade (em 2.000%) da curcumina, principal componente ativo da cúrcuma. Você pode usar a raiz fresca ou desidratada (em pó), nas mais variadas preparações doces e salgadas, em sucos e shots.

Assim como o gengibre, a cúrcuma:

*melhora a digestão, evita enjoos e náuseas

*tem ações termogênica e detoxificante (ajuda na limpeza do organismo)

*protege as paredes do intestino

*favorece o sistema imune

*previne obesidade e diabetes tipo 2

A raiz também é recomendada para tratar:

*síndrome do intestino irritável

*artrite reumatóide e outras doenças auto-imune

*colesterol alto e doenças cardiovasculares

A cúrcuma é contra-indicada em caso de litíase biliar (depósito de líquido cristalizado na região da vesícula biliar) e o consumo com anti-inflamatórios e anti-coagulantes deve ser evitado. A prescrição terapêutica da cúrcuma concentrada precisa ser feita por nutricionista ou médico especializado em fitoterapia.

GINSENG (Panax ginseng). Os ginsenósidos presentes na raiz são princípios ativos que previnem hipertensão arterial, já que contribuem para a dilatação dos vasos sanguíneos. 

Outras ações importantes do ginseng:

*ajuda a estabilizar a produção de óxido nítrico, molécula instável mas essencial à saúde, principalmente à saúde cardíaca e ao desempenho nos exercícios (melhora a chegada de nutrientes nos músculos auxiliando na recuperação muscular)

*aumenta o nível de duas enzimas antioxidantes (catalase e superóxido dismutase) que previnem envelhecimento e doenças cardiovasculares, além de regular a expressão de mediadores pró-inflamatórios envolvidos em doenças autoimunes e apresentar ação hipoglicemiante prevenindo diabetes.

*estimula uma proteína de regeneração, a BNDF, presente no sistema nervoso, prevenindo Alzheimer.

*diminui o risco de estresse crônico e melhora o desempenho cognitivo, graças sua ação adaptógena

*estimula a produção de testosterona nos homens, aumentando a libido; e nas mulheres, melhora o equilíbrio entre os hormônios sexuais FSH e LH que regulam o fluxo menstrual

É raro, mas tem quem acrescente ginseng em pó (no máximo 1 colher de café rasa) no shot matinal, mas as cápsulas com o extrato concentrado devem ser prescritas por nutricionista ou médico especializado em fitoterapia, até porque existem contra-indicações para hipertensos, por exemplo. A associação do ginseng com algumas medicações, como antidepressivos, anti-hipertensivos, anticoncepcionais à base de estrógeno, anticoagulantes, antiplaquetários e antineoplásicos, também não são recomendadas.