aditivos silenciosos

5 ADITIVOS QUE INFLAMAM E ADOECEM NOSSO ORGANISMO, SILENCIOSAMENTE

Conheça as substâncias presentes nos alimentos (e na sua cozinha) que você pode evitar para proteger sua saúde


Redação | May 25, 2021

Sem a gente perceber, alguns aditivos usados pela indústria de alimentos têm o potencial de inflamar nosso organismo e, com isso, desencadear uma série de doenças. O glutamato monossódico é uma delas – um realçador de sabor comum nos temperos prontos. Outra ameaça à nossa saúde é o BPA, um derivado do plástico de petróleo que acabamos consumindo por tabela, quando colocamos alimentos e bebidas ainda quentes dentro de recipientes de plástico. A médica Mariela de Oliveira Silveira, diretora técnica do spa médico Kurotel, em Gramado, sul do Brasil, aponta outras três substâncias que agem de maneira negativa e silenciosa no nosso organismo: gordura trans. 

Glutamato monossódico: originário do ácido glutâmico, ele intensifica o sabor da comida e, por isso, é um queridinho da indústria de alimentos. “O glutamato tem sabor umami – classificado como quinto sabor, não é doce, nem salgado. Ou seja, é um sabor subjetivo, curioso e excitatório, já que provoca uma descarga do neurotransmissor dopamina e, com isso, faz com que a gente tenha o desejo de comer mais daquele alimento”, explica Mariela. Comer o saco inteiro de salgadinho (e muitas calorias a mais) não é o único prejuízo. “Na prática clínica, quando o paciente tem sintomas crônicos, como dor de cabeça, fazemos uma anamnese alimentar minuciosa e, muitas vezes, detectamos a presença do glutamato na alimentação”. 

Irritabilidade, vermelhidão facial e rigidez muscular são outros sintomas desencadeados pelo glutamato que, quando agrupados, recebem o nome de síndrome do restaurante chinês. “Estudos apontam que de 10 a 15% dos casos da síndrome do restaurante chinês podem ser motivados pelo glutamato monossódico”. A síndrome também pode estar associada a  uma alimentação rica em produtos industrializados. 

Segundo a médica, muita gente acha que o glutamato ajuda a reduzir a necessidade de sal na comida e, consequentemente, de sódio. Mas ela recomenda uma estratégia bem mais natural e saudável: acrescentar ervas e especiarias nas preparações. “Aos poucos, o paladar vai se adaptando ao sabor real do alimento e não ao gosto ilusório do glutamato”. Produtos que costumam ter glutamato: temperos prontos, shoyu, caldos preparados, biscoitos e  bolachas.

Gordura trans: a maioria das marcas diminuiu ou já excluiu essa gordura de seus produtos, mas ainda existem alguns itens nas prateleiras dos supermercados que ainda não chegaram nesse ponto. “O prazo para que todas as empresas reduzam consideravelmente a quantidade de gorduras não adequadas só termina em 2023”. Por isso, a médica sugere atenção na hora de ler o rótulo: aparece como gordura vegetal hidrogenada ou parcialmente hidrogenada. “É uma gordura que inflama o organismo de maneira crônica e aumenta o LDL (colesterol ruim), além de baixar o HDL (colesterol bom) – ou seja, traz prejuízos a médio prazo”, diz Mariela. Produtos que costumam ter gordura trans: biscoitos recheados, sorvetes e chocolates. 

Bisfenol A (BPA): Derivado do plástico de petróleo, essa substância não é encontrada na composição dos alimentos, mas pode estar na nossa cozinha, naquele potinho de plástico que você usa para aquecer ou armazenar por dias a comida na geladeira. “Submeter o plástico ao calor faz com que o BPA se solte e passe para a comida. É um tipo de xenoestrogênio que, no nosso organismo, fica depositado nos tecidos adiposos (gordura) e tem associação com determinados tipos de câncer. Isso não acontece de uma hora para outra, mas com o passar do tempo”, explica Mariela, que sugere o uso de panela de cerâmica para o preparo dos alimentos, utensílios de cerâmica ou vidro para o armazenamento. O mesmo vale para o chá e o café (recuse os copinhos de plástico). Atenção, papais e mamães: recusem mamadeiras de plástico de petróleo.  

Glifosato: agrotóxico mais vendido no mundo e no Brasil, o glifosato tem efeito cumulativo no nosso organismo, provocando processos inflamatórios, o que, lá na frente, pode favorecer o aparecimento de câncer. “Uma saída é priorizar os orgânicos sempre que possível ou comprar os alimentos da época, geralmente cultivados com menos defensivos químicos. Mas o consumo de frutas, legumes e verduras é sempre melhor do que qualquer industrializado”. 

Benzopireno: sabe aquele pão com manteiga tostadinho na grellha? Pode ter benzopireno. Mas o risco dessa substância tóxica estar presente é maior na carne, no peixe, frango (ou outra fonte de proteína animal) preparado na grelha, próximo ao carvão. O calor faz com que a gordura derreta e ocorra a reação química responsável pela formação do benzopireno. Por isso, quanto mais tostadinha a carne, maior a presença dessa substância nociva. “Acontece o mesmo nos produtos defumados”, avisa Mariela. No lugar da grelha, a médica aconselha assar os alimentos no forno limpo, sem restos de outros alimentos para evitar o processo de queima e a formação do benzopireno.

E O USO DE MICROONDAS? 

Os estudos não são conclusivos, mas existe a teoria de que a cocção no microondas provoca a quebra de moléculas dos alimentos, aumentando a presença de radicais livres –  substâncias oxidativas capazes de acelerar o envelhecimento das nossas células. 

Porém, para que esse dano ocorra, é preciso cozinhar muito nesse aparelho, segundo Mariela. “Só aquecer a comida ou cozinhar no microondas com certa moderação, não existe risco”, finaliza a médica. 

SOPAS E SUCOS DETOX

Muitas outras substâncias ao nosso redor, presentes nos alimentos, na água, no ar, são prejudiciais à saúde e, na medida do possível, devem ser eliminadas do nosso organismo. Uma boa estratégia para isso é consumir, no dia a dia, alimentos e preparações com efeito detoxificante. No Kurotel, os tratamentos de limpeza do organismo incluem sucos e sopas detox. As receitas estão aqui.