Moda consciente

A MODA SUSTENTÁVEL DO MERCADO DE SEGUNDA MÃO

Comércio de roupas semi-novas é luxo para o planeta


Eliane Contreras | Dec 21, 2020

A prática de investir em peças de segunda mão surgiu com os antigos brechós e agora virou tendência de consumo sustentável que estimula a economia circular, conceito focado na redução e reutilização de materiais e, portanto, considerado urgente para conter a poluição e degradação provocadas pela indústria da moda ao meio ambiente. 

Nova consciência   

Esse cenário pode não ter sido o ponto de partida para quem entrou há tempos no mundo dos brechós, mas, no momento, tem feito várias pessoas mudarem a forma de pensar o consumo das suas roupas. Se nunca considerou essa possibilidade, talvez você se interesse em entrar numa dessas lojas (endereço físico ou online) assim que ler estes números: na produção de uma (só uma!) calça jeans são usados 10 mil litros de água e quase 8 mil na de um par de sapatos.

Os produtos químicos empregados pela indústria têxtil também são prejudiciais ao planeta, tanto aqueles direcionados para o plantio das fibras quanto os utilizados no tingimento dos tecidos. Eles poluem o solo, os rios e oceanos. Caso o ritmo da produção de tecidos não diminua até 2050, ela também será responsável por 26% das emissões de gases estufa, segundo o relatório “A new textiles economy: redesigning fashion’s future”.

E depois de descartadas? As roupas continuam provocando impacto negativo na natureza. É ainda pior quando são feitas com material sintético, que demoram décadas para degradar e, mesmo assim, podem resultar em micropartículas de plástico que permanecem para sempre no fundo dos oceanos prejudicando a vida marinha. Embora pareça pouco, comprar uma roupa já existente no lugar de uma nova é uma forma de o consumidor enfraquecer a produção em larga escala da indústria da moda e, com isso, ajudar a poupar o planeta.     

OS DIFERENTES ESTILOS 

Muitos brechós mantêm aquele conceito antigo: um amontoado de roupas na mesma arara, sem nenhuma organização. Porém, com uma boa garimpada, você pode achar peças bem interessantes, mas verifique se não estão rasgadas, manchadas ou com outros danos. 

Caso goste de organização, prefira os brechós que se aproximam das lojas tradicionais, com as roupas muito bem higienizadas, organizadas por cores ou estilo e curadoria de marcas. Alguns dão até dicas de como combinar as peças e os acessórios para compor um look completo. Existem ainda os brechós luxo e vintage, que alugam e vendem roupas e acessórios, além das opções para o público infantil e aqueles com atendimento apenas online. 

Compras de Natal

Alguns brechós garimparam peças especialmente para as festas de fim de ano – podem render presentes surpreendentes e sustentáveis. Seguem alguns endereços em São Paulo. Acesse também @_garimpo, um mapa de brechós nas diferentes regiões do país, organizado pela especialista no assunto Ana Mastrochirico.

*@INeedBrecho. Dá um novo ciclo de vida para as peças usadas desde 2015. Loja física bem montada e organizada e e-commerce.

*@Re_Petit. Comercializa roupas infantis de um jeito prático, econômico e sustentável. As peças reprovadas na seleção feita pela equipe da loja (apenas online) são doadas pelo próprio brechó para instituições de crianças carentes.

*@Cansei_Vendi. É exemplo de marketplace do segmento luxo, com selo de autenticidade das marcas. Recentemente inaugurou a sessão “New But Sustainable”, reservada para peças nacionais que foram produzidas sem agredir o meio ambiente.

*Take Me Vintage. Hospedado na plataforma do Shopping Cidade Jardim, a CJ Fashion, é um “re-commerce” que revende roupas e acessórios pouco (ou nunca) usados, lançados há vinte anos ou mais e que fizeram história em grifes nacionais e internacionais como Chanel e Prada. Preza pela moda vintage ao mesmo tempo que respeita o conceito de sustentabilidade e economia circular.

Veja também:

@DevantVintage

@CaprichoaToa

@MinhaVoTinha

@VaraldoBeco

@Froufrou.vintage

@EtiquetaUnica