Meio Ambiente

ENTRE NA LUTA CONTRA O PLÁSTICO

VAMOS CESSAR O EXCESSO DESSE MATERIAL NA NATUREZA


Helen Almeida | Jun 09, 2019

Quem acompanha as informações sobre meio ambiente e sustentabilidade, recentemente se deparou com a preocupante notícia de que o Brasil, ao contrário de outros 187 países, não assinou o pacto para a redução do uso de plástico, responsável por boa parte da poluição ambiental ao redor do mundo. Estados Unidos e Argentina também não aderiram ao acordo apresentado na COP-14, convenção realizada em Genebra, para cessar o impacto negativo provocado por esse tipo de lixo na água, no ar, na terra e, consequentemente, na nossa saúde. 

Mas ainda dá tempo do poder público brasileiro mudar de ideia. Está prevista uma nova reunião da ONU (Organização das Nações Unidas), em novembro deste ano, para que os países revejam a postura oposta ao pacto e, então, assinem o acordo. E o nosso papel, como cidadão consciente, é pressionar para que isso aconteça. Como? 

A organização World Wide Fund for Nature (WWF) lançou uma petição online dirigida aos líderes mundiais com o objetivo de pressioná-los para que haja um acordo urgente da ONU que vise acabar completamente com o despejo de plástico nos mares até 2030

Com metas claras e agressivas, o abaixo assinado tem o apoio da sociedade para aumentar a pressão e chegar ao objetivo. Assinar e divulgar o máximo possível é uma ótima maneira de todos nós ajudarmos o Brasil seguir o exemplo do Reino Unido. O governo daquele país pretende banir completamente, até abril de 2020, a venda de canudos de plástico, cotonetes e agitadores de bebidas. 

A ideia é que ocorra uma redução significativa do impacto ambiental causada por esses produtos. E os ingleses estão favoráveis a essa mudança: mais de 80% dos entrevistados em uma pesquisa do governo, se mostraram favoráveis à proibição dos canudos e 90% a de outros itens de plástico. 

Todo ano são descartados nos oceanos, em média, 8 milhões de toneladas de lixo plástico. Em 2018, o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou a necessidade de união entre todos os países para vencer a poluição por plástico. Ele também alertou que as partículas de microplástico presentes no oceano já superam a quantidade de estrelas da Via Láctea — ou seja, uma quantidade inimaginável.

No Brasil, o plástico invadiu as praias. Um trabalho de monitoramento do Instituto Oceanógrafo da Universidade de São Paulo (IO-USP), em parceria com o Instituto Socioambiental dos Plásticos (PLASTIVIDA),  concluiu que mais de 95% do lixo encontrado nas areias brasileiras é composto por objetos produzidos de plástico.

RECICLAGEM NÃO RESOLVE 

O Brasil recicla apenas 1,28% do lixo plástico. Calcula-se que, até 2030, mais de 104 milhões de toneladas desse material estarão acumulados na natureza se não fizermos nada agora. “O plástico já mata os animais marinhos e nós estamos nos alimentando dele”, diz Nina Marcucci, coordenadora de conteúdo do projeto Menos 1 Lixo. Dizer não à proposta de reduzir o material no planeta, segundo Mariana, é dizer não à vida, à nossa sobrevivência, a um movimento de regeneração. “É fundamental que a população entenda o tamanho do problema para cobrar das autoridades uma atitude.”

Além de petições, protestos, contato com representantes do poder público, conversa com pessoas próximas, Nina ainda alerta para a necessidade de cada um de nós evitar o consumo de plástico descartável de uso único. 

“O poder da mudança é das empresas e do governo, mas o terceiro pilar são os consumidores. É o poder da carteira que prevalece no fim das contas e nós somos responsáveis pelo que consumimos. A sua compra é um ato político. Escolher as marcas que compra, optar por não usar descartáveis e repensar tudo o que a gente consome é um primeiro passo extremamente impactante”, finaliza Nina. 

O QUE CADA UM DE NÓS PODE FAZER 

1. Usar as sacolinhas plásticas de supermercado com moderação. Sempre que possível, opte por carregar as compras em sacolas retornáveis ou carrinhos de feira. Mas, quando isso for inevitável, guarde as sacolinhas de plástico como alternativa aos saquinhos de lixo.

2.Quando for comprar grãos, farinhas e outros produtos a granel, leve vidros vazios de casa para transportar os produtos.

3.Carregue uma garrafinha retornável a tiracolo para beber água. Para o cafezinho ou chazinho de toda tarde, uma xícara é a substituta perfeita ao copo plástico.

4.Há quem realmente precise de canudo para consumir líquido, mas para a maior parte das pessoas ele é totalmente dispensável. Você gosta de beber água de coco direto no coco? Então use um canudo retornável, geralmente de metal, ou biodegradável. 

5. Sempre que possível, opte por comprar alimentos prontos ou congelados em embalagens biodegradáveis (de fibra de bambu, por exemplo) ou reutilizáveis.

6.Esqueça o filme-plástico para cobrir os recipientes com comida que serão levados para a geladeira. Hoje já existem alternativas como tecidos recobertos com ceras de origem natural (@yamandu.eco) - eles são flexíveis e resistentes. Outra opção são os de tecido (@menosumlixo).